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O Nome da Rosa e Os Miseráveis (Resenha Filmes Clássicos)

O Nome da Rosa é um daqueles filmes filmados no melhor estilo "old school". Dificilmente você verá filmes como esse nos dias de hoje. O longa se passa na Idade Média e nos transporta a um ambiente cinza, doente, cheio de lama e miséria. O ano é 1327 e um mosteiro na Itália um monge é assassinado de forma misteriosa, o que leva o recém chegado monge franciscano William de Baskerville (Sean Connery) e seu aprendiz Adson (um jovem Christian Slater) a investigar o caso. No decorrer da busca pela verdade, William esbarra em monges demagogos, donos de soberba e que usam a população local para se satisfazerem sexualmente. Com todas essa fichas na mesa, o monge e seu aprendiz começam correr atrás de um assassino que por ora não se sabe ao certo o que o levou a cometer esses crimes. O longa de Jean-Jacques Annaud baseado na obra homônima de Umberto Eco é uma obra de um período sombrio, onde a ignorância prevalecia e a religião predominante exercia uma força devastadora e mortal. Com embates entre ciência e filosofia, Em Nome da Rosa é um produto bem filmada, bem elencado e com acertos técnicos de fazer inveja até aos filmes mais bem cuidados dos dias de hoje. Uma fotografia espetacular e atuações fortes. O que mais impressiona com esse filme de 1986 é sua grandiosidade cinematográfica. Com planos abertos aumentando a angustia do espectador frente a miséria de um tempo grosseiro e violento e que ao mesmo tempo parece não estar tão distante assim do que vemos hoje. Belo filme de arte e que deve ser sempre visto por aqueles que apreciam o bom cinema.

NOTA: 9,0

Os Miseráveis de Victor Hugo teve várias adaptações ao longo de sua existência, mas uma que passou meio que despercebido e é sim um grande filme é a versão do diretor Bille August de 1998. O longa mostra a história de Jean Valjean (Liam Neeson), um cara que foi condenado a uma pedreira por 19 anos por roubar para comer e após se solto, teve uma oportunidade única de não apenas sobreviver, mas também de ajudar aos outros. Agora prefeito e dono de uma fábrica numa cidade pequena, tem sua vida calma e ordeira transformada pelo inspetor de policia que outrora foi seu carcereiro (Geoffrey Rush) que buscar derrubar Valjean por considerá-lo um bandido. Tudo fica ainda mais complicado quando o recluso prefeito acaba por ajudar uma ex-funcionária (Uma Thurman) de sua fabrica do qual pega um afeto particular. A obra original de 1862 narra uma França do século XIX envolto a batalhas e revoluções. A extensa obra de Victor Hugo é condensada em um longa catedrático de 131 minutos que conseguem transpor o expectador a um mundo antigo e sujo, onde as pessoas viviam uma vida miserável sendo instigadas a serem pobres e sem auxilio algum dos regentes. Nada muito diferente do que é praticado ainda hoje, inclusive no Brasil. Tecnicamente o filme do dinamarquês Bille August é competente e tecnicamente bem conduzido. Nada grandioso, mas digno de nota a ser apreciado pelos fãs de um bom filme maduro.

NOTA: 8,5

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