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Batman- Cavaleiro das Trevas (Cinema)

O que acontece quando a coisa simplesmente muda de status? Algo que já era grande, fica maior? É o que você tem na nova franquia do Homem Morcego. Se Batman Begins já foi grandioso e arriscado, Batman Dark Knight é a superação do medo e do feito anterior. Sim, o novo longa do Batman é um exercício de como se fazer um ótimo filme baseado num personagem de quadrinhos. Aliás, de como se dar seqüência nele! E é isso que Chris Nolan, diretor do primeiro e segundo filmes do Batman consegue. Se Batman Begins surgiu com dúvidas sobre um Batman mais real e fora daquele esquema galhofa de Tim Burton e Joel Schumacher, Batman Cavaleiro das Trevas é a total confiança da equipe e investidores no projeto. É também a simbiose perfeita entre o elenco e seus papeis. Apesar de longo, com 152 minutos, me pareceu que o filme terminou mais rápido do que eu esperava. A verdade é que fui esperando ver um filme do Coringa, como muitos vinham dizendo antes da estréia, mas não é não. É um filme do Batman, onde o Coringa é uma peça de ouro e o Duas-Caras seria o valete. Agora temos uma história de continuação e não se precisa mais apresentar os personagens, já se pode começar chutando o balde. E é isso que se faz nesse longa. O filme é extremamente tenso. Não te dá tempo de respirar. Coisas acontecem o tempo todo. Bruce Wayne agora lida com sua empresa de forma mais firme e Batman tem a policia como aliada. No entanto, o crime organizado tenta se juntar para dar cabo de vez no morcego e é aí que surge o Coringa, psicótico, maluco com um olhar insano e gestos perturbadores. Sim, Heath Ledger fez “o” Coringa. Um trabalho fantástico como ator. Ele criou uma atmosfera pesada e perigosa do personagem. Como ele deveria ser sempre. Da forma de andar à forma de se expressar. Sem dúvidas um grande talento que o cinema perdeu.
Mas não é só ele quem se destaca. Aaron Eckhart também tem seu momento como o promotor Harvey Dent, que como nos gibis, se torna o Duas-Caras. Eckhart já disse que esse foi o trabalho de sua vida, e pode apostar que sim. O cara tá mandando ver. E melhor que Kate Holmes como namorada de Bruce Wayne, está a Maggie Gyllenhaal, substituindo Holmes no papel de Rachel Dawes, dando mais tridimensionalidade a personagem. O elenco em geral está de parabéns. Atuações dignas da performance geral do filme. Tudo nele é grande. As tomadas, a fotografia, a trilha sonora... tudo outorgou para que o filme fosse essa sinfonia. Não há erros. A trama está redonda, sem deixas para buracos. E o Batman acaba muito mais parecido com os gibis do que se pode imaginar.
Chris Nolan criou um Batman pesado. Sério. De verdade. Um Bruce Wayne “existível”. Pode apostar que já figura entre os melhores filmes de super-heróis de todos os tempos. A cena do hospital é incrível. Sem corte e de verdade. Quer dizer que não se podia errar. Era apenas um take e pronto. E saiu tudo perfeito! O maior problema agora será superar esse num eventual terceiro filme. Foi o que aconteceu com Homem-Aranha 3, onde o segundo é bem melhor que o terceiro. Mas estamos falando de Batman. E não dum cara que faz piadas pendurado. E se tem Nolan no volante. Tem tudo para que se possa produzir um terceiro filme tão forte quanto esse segundo. Se a Warner erra com seus outros personagens, parece que encontrou o caminho das pedras com o morcegão. E deveria tentar espiar isso para enxergar o que há de errado no resto. Até aqui, o filme do ano.

Batman - O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight- EUA, 2008)
Direção: Christopher Nolan
Elenco: Christian Bale, Heath Ledger, Aaron Eckhart, Gary Oldman,
Maggie Gyllenhaal, Michael Caine


Comentários

Anônimo disse…
Pois é, todo mundo falando desse filme, ainda não tive aoportunidade de assistir... ouvi dizer que ele peca pelo excesso de acontecimentos, mas depois de ler essa sua resenha fiquei com vontade de assisti-lo.