
Agora sim que já tá tudo feito, pronto, terminado, finalizado... venho falar do
Arena#02, produção independente que produzo com alguns amigos. Mas não venho aqui apenas como co- editor do projeto, mas venho também para resenhar a revista. Nem tudo são flores nesse reino, baby! Certo, escrotidão a parte, vale antes de tudo dar meus parabéns a todos que se envolveram na produção do Arena#02. Os colaborares fizeram um trabalho fantástico. Em minha opinião, um de seus melhores trabalhos pessoais. Tivemos sorte de termos grandes nome nessa segunda edição, não apenas ilustrando, mas contribuindo com os roteiros também, coisa que não aconteceu na primeira edição. E isso é meio que uma crítica pessoal, porque apenas eu escrevi todas as histórias da edição#01. O que foi legal, mas eu gostaria ter outras visões implementando o Arena e foi justamente isso que aconteceu na edição #02. Tivemos uma variedade maior de histórias e visões. Sem dúvidas uma melhora significativa nesta segunda empreitada. Além dos nomes que já estiveram no primeiro Arena como
Ed Castro,
Hernández Mello,
Diego Mesquita,
Denis Pacher e o co-editor
Alexandre Menezes, temos ainda
Lucas Ed,
Rafael Tavares,
Adriano Sapão,
Eloyr Pacheco e
Jack Anderson.

O Arena chama atenção pelo seu trabalho de diagramação, muito bem montado pelo
Alexandre Menezes, criador do Marreta, deixando um visual limpo e redondo. O cara faz tudo sozinho, cabendo a nós, resto do grupo, opinar sobre o resultado final. Mas é um trabalho de cão essa da montagem. Bem, voltando pro conteúdo, que é mais responsabilidade minha como editor, temos abrindo a revista uma HQ feita por
Jack Anderson. Era algo que ele vinha trabalhando já faz um longo tempo, e que por motivos diversos não conseguimos lançar bem antes. É uma HQ sobre a origem do seu personagem, o Mucambo, que mistura arte convencional de prima (o cara é foda!) e algo meio cordel como conto de introdução ao Mucambo. Depois temos Ladras, criação minha que tem sua continuidade seguida aqui após a primeira edição. A arte ficou por conta do ótimo
Gabriel Gomes (Liga do Cerrado) que não poupou talento. O cara arrebentou! O mesmo não posso falar do roteiro que escrevi. Ficou meio que um tapa buraco. Falo disso mais pra frente. O
Denis Pacher me cedeu uma HQ meio antiga dele, mas que ainda trás uma arte fodástica com um roteiro bem diferente mostrando um pouco dos índios do nosso Brasil no começo do desbravamento (e estupro) de nossa terra. Muito bom mesmo! E temos o Marreta com roteiro do grande
Rafael Tavares (Projeto Continuum) e arte de um cara que na verdade me procurou e se ofereceu para fazer as páginas dessa HQ, Wilski Barbosa, que fez um trabalho duca. Fico até agradecido (de novo) pela grande força desse artista. Quem lida com quadrinhos independentes sabe o quanto é difícil achar desenhistas e o Wilski além de se oferecer, mandou praticamente tudo no prazo. A arte-final ficou por conta do Hernández Mello, que fez um tremendo trabalho e por mim. Em seguida somos jogados numa HQ do Coelho Puto escrito por mim e ilustrado por
Adriano Sapão (Day Kairú, Projeto Continuum).

Admito que seja uma boa HQ e que até eu rio dela. O traço do Sapão ajuda e muito no desenrolar da comédia. Apesar da HQ ser um pouco pesada, se você a ler com a cabeça bem aberta, tá de boas. Temos ainda o Dínamo da Justiça com roteiro meu e duas páginas desenhadas por
Ed Castro e as outras duas por
Geff Silva e os dois mandaram ver. Ficou duca mesmo. O Castro vinha fazendo essa HQ faz um tempo e o Geff deu uma força daquelas assumindo- e com velocidade- as duas últimas páginas. O Dínamo é um personagem engraçado que também me diverti muito escrevendo. E pra fechar a parte de HQs temo a saideira com uma HQ simples de uma página chamada Come Gato, mas com uma arte e roteiros bacanudos criado por Diego Mesquita, que é um cara com um traço bem diferente que vem tomando gosto pela coisa e espero poder contar mais com ele nas próximas edições. É sem dúvidas um dos maiores talentos do Arena. Tem tudo pra crescer. Mas não pára aí. Há uma ótima matéria sobre o mercado nacional e o sonho de se trabalhar nele com quadrinhos por
Lucas Ed (Poderoso Porco) e uma entrevista muito boa com
Eloyr Pacheco, do ótimo site Bigorna. Vale muito à pena. E por último e não menos importante, queria agradecer a revisão ortográfica feita pela Jailene Menezes, que é esposa do meu amigo Alexandre e que teve toda a paciência do mundo de ler e reler pra apurar todos os erros que passam batido e ainda poder optimizar algumas passagens. É um trabalho federal aquilo ali.

Mas claro que nem tudo são flores. Sinto que o Arena ainda sofre da desorganização produzida no começo de sua concepção ainda com a primeira edição. Explicando de forma sintetizada. O Arena era pra ter sido uma revista bem diferente. Mas atuante, mais firme e mais constante. Na primeira edição teríamos noventa por cento do seu conteúdo produzido aqui, no Ceará, mas acabamos com noventa e cinco por cento do conteúdo feito por colaboradores de fora, que “salvaram” o Arena e fico muito grato por isso. Foram amigos que apareceram quando precisei e fizeram um trabalho sensacional. Mas o fato do retrocesso conceitual acabou repercutindo na qualidade do mesmo porque tive que refazer tudo quase as pressas, afinal, havíamos começado com ele um ano e meio antes, e não tínhamos nada. Tive de reescrever histórias, como foi o caso de Ladras que foi uma das que mais sofreram com isso perdendo bastante do seu conteúdo, tive que refazer páginas escritas de outras HQs, mudar textos, costurar furos de roteiros e um monte de coisas de última hora. Não é o meu fanzine dos sonhos. Visualmente o Arena#01 ficou muito bom, mas seu conteúdo não me agradou muito porque eu sabia que poderia ter sido muito, mas muito melhor mesmo. A segundo edição já deu uma melhorada porque tive mais tempo de trabalhar novas HQs fora do que havia planejado pra primeira edição, mas ainda assim ele ainda tem seus “pecados”. A HQ das Ladras, por exemplo, é algo pecou bastante porque foi ela a que mais tive de reescrever. Era um arco de cinco histórias que virou dois e ainda fiz confusão com os roteiros que mandei pros ilustradores.

No final, o que seria um arco em cinco partes, virou pequenos contos fechados, mas que, por uma confusão minha, acabou virando um mini-arco em duas partes. Uma pena! Tinha um bom contexto que foi “morto” por toda essa turbulência. A HQ do Jack também é exemplo de como a coisa foi. O Arena #01 foi lançado há mais de um ano e meio e o Jack já tava trabalhando nessa HQ e só agora terminou e ainda assim, tivemos (eu e o Alexandre) que nos virarmos pra finalizar o texto. A HQ não tava acaba de certo e então tivemos que dá um “jeitinho”. A HQ do Dínamo também é outra que tava empacada há mais um ano, aliás, era pra ter saído no Arena#01 e só agora saiu e por conta da ajuda do Geff. Quer dizer, tudo ainda ficou meio largado por conta de um começo desastroso. Não muito, verdade, porque afinal de contas lançamos e com alguma qualidade, mas admito que teria sido MUITO melhor se tivéssemos conseguido manter os paralelos originais. Acredito que o Arena#03 já se saia um pouco mais disso tudo, afinal, já estamos ignorando todo o plano do começo e nos organizando para algo novo. E isso será sentido entre o Arena#03 e #04. No final das contas, o Arena#02 é melhor que o primeiro e muito, mas ainda ficou com aquele arzinho de que poderia ser melhor.
Arena#02
48 páginas
R$ 3,00
Formato 19x13,5
Capa colorida
Miolo preto e branco
Blog: http://maximusestudios.blogspot.com/
Informações podem ser adquiridas AQUI ou AQUI.
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