Geralmente eu só resenho por aqui os filmes mais... como direi, mais visados pela mídia e público. Não que eu seja um pipoqueiro, termo que ando usando pros que só querem assistir aqueles filmes de férias, cheio de efeitos especiais, personagens de quadrinhos, animações enfim. Nada contra. Eu mesmo sou um pipoqueiro. É sempre bom manter a mente nesse tipo de filme mais simples e cheio de adrenalina desenfreada. Mas é como que tava falando pra uma pessoa acolá uma vez: eu gosto do bom filme. Independente do gênero. Sendo bem produzido, tô dentro. O importante mesmo é a diversão. Então, tanto gosto de filmes como Transformers, com todo aquele visual fantástico, mas com 500 toneladas de furos no roteiro, mas ainda assim uma boa diversão despretensiosa, e feita pra ser aquilo ali mesmo, um filme pipoca, a filmes mais cabeça como O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, com um roteiro mais aberto a interpretações. Existem filmes pra divertir, outros pra pensar e os que são feitos apenas ganhar dinheiro, certo? Ou só pra agradar, como é o caso do filme pra fanboy Incrível Hulk, que passou pelo cinema agora em junho. Bem... pra quê toda essa explanação? Pra dizer que filmes como Busca Implacável surgem vez por outra serem um diferencial.
Num tempo magro de bons filmes no cinema, ontem fui assistir esse Busca Implacável. Aparentemente, apenas mais um triller com suspense e um nominho de filme de locadora. Talvez até com cara de filme de Steve Seagal, o rei dos filmes de ação dos DVDs pra locação. Tosco! Mas Busca Implacável vai além. Sabe, eu cresci assistindo aqueles filmes de ação dos anos 80. Muita ação, pouco roteiro, muitas explosões. E pra época estava muito bom. Era o estilo de filme daquela década. Remo- Desarmado e Perigoso, Programado para Matar, Rambo e todos aqueles filmes de ação onde um homem extremamente mortal aposentado que já foi alguma coisa do governo, acaba saindo desse marasmo para usar suas incríveis habilidades novamente em prol de alguma missão ou uma merda do tipo. Não se faz mais tantos filmes assim. Mas Busca Implacável é justamente esse tipo de filme, mas com conteúdo. Um crítico fez um paralelo interessante que foi o que acabou me chamando a atenção para a produção. Imaginem Jason Bourne aposentado, com uma filha e agora mais velho. É mais ou menos por aí.
Liam Neeson, de filmes como Batman Begins, Star Wars- Ameaça Fantasma e a Lista de Schindler vive o espião aposentado e divorciado que tenta está sempre mais próximo da filha depois que largou os serviços para o governo. No começo achei o “paternismo” dele exagerado demais, quase colocando a menina (Maggie Grace de Lost) numa bolha. Mas isso é um detalhe pequeno que não interfere no longa. O lance é que a filha dele acaba saindo para uma viagem em Paris com uma amiga e acabam as duas caindo numa rede de prostituição numa jogada de um desconhecido. A partir desse momento, temos praticamente Jason Bourne de volta com todas aquelas lutas no estilo Kali Silat e perseguições de carro usando a França como cenário. Mérito do diretor estreante francês Pierre Morel em filme em inglês. Morel também foi o diretor de fotografia de filmes como Cão de Briga e Carga Explosiva, ambos produzidos por Luc Besson, que também co-escreveu esse Busca Implacável. Podemos dizer então que é um filme dos anos 80, com conteúdo e que está acima dos filmes produzidos assim nos dias de hoje. Por isso o destaque dele por aqui. Me surpreendeu. E olha que há duas semanas assisti uma ficção científica com Vin Diesel, Missão Babilônia, que começou bem, mas terminou uma bosta e por conta disso, nem mereceu minha atenção por aqui. Tá que Vin Diesel éVin Diesel, mas era uma ficção bem aguarda pelos fãs do gênero. Busca Implacável é um bom filme pra se assistir no cinema mesmo. Para termos noção, mesmo imaginando, de como seria um filme de Jason Bourne se ele tivesse mais velho e com uma filha. Uma produção sem dúvidas. Gostaria eu que houvesse mais filmes assim. Nada muito fantástico, mas que te prende sem dúvidas.
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