
Lembro quando eu era pequeno do começo da
Rede Manchete em 1983. Eu tinha apenas 6 anos de idade, mas lembro porque eu sempre assistia as animações da grade que logo depois começou a exibir animes como
Pirata do Espaço e
Patrulha Estelar. Anos mais tarde a emissora exibiria
Changeman e
Jaspion e começaria uma verdadeira febre no Brasil pelos seriados japoneses. A emissora com os anos se especializou em fazer novelas de temáticas fortes, cujo horário de exibição era após as 23 horas por conta de seu conteúdo erótico. Eu sempre tentava assistir, mas meu sono sempre chegava antes. E ficar esperando um peitinho às vezes era chato. Demorava! Hahaha! Bom, o fato é que pra mim a Manchete tem outro significado. A emissora apostava em seguimentos que as outras emissoras tinham receio como animações japonesas violentas e seriados antigos. Claro que nem só disso vivia a Manchete, que mantinha o jornalismo de “esquerda”, com programas voltados para o público jovem. Foi da Manchete que a
Xuxa e a
Angélica surgiram, só pra se ter uma ideia da força da emissora no seu surgimento (se bem que Xuxa e Angélica não é lá grande demérito).

Na Manchete além das novelas que deixavam as da
Globo no paredão (nunca mais se fez novelas tão competitivas como as da Manchete), a emissora detinha um jornalismo ferrenho. Lembro por alto que no começo tinha um desses telejornais que ficavam no ar por mais de duas horas (!). Outro ponto forte da emissora eram as coberturas de
carnaval, sempre com muita mulhé pelada. Era uma maravilha! Eu sempre esperava por isso. A emissora passou por vários problemas durantes anos. Não sei enumerar quantos deles, mas foram vários, o que levou a grade a apelar em dadas ocasiões como
strip-tease com telessexo e tudo. Seria engraçado, se não fosse trágico. Os horários para essa putaria toda era geralmente beirando o nobre. Na era “
Collor” tudo era permitido. Mas tinham coisas boas também como o programa infantil A
Turma do Arrepio, baseado na HQ infantil homônima. Eu já estava meio que “fora” do publico alvo, mas como eu gostava dos gibis, eu sempre que chegava da aula ficava assistindo isso, até mesmo porque, passava animações diversas, entre
Hanna-Barbera e algumas séries japonesas animadas não muito conhecidas (antes da explosão dos
Cavaleiros do Zodíaco).

A Manchete também inovou ao exibir sitcons como
Friends e
Seinfield, o que lhe gerava boas audiências. Sabe de uma coisa que sinto falta- e pode me chamar de doido- são dos divertidos comerciais sobre “
Facas Ginzu”, churrasqueiras, aparelhos aeróbicos, escovas para tirar pêlos de gatos (!) e outras tranqueiras. Era chato pra porra, mas hoje eu acho engraçado. A Rede Manchete teve sua importância dentro do cenário nacional, ora com programas geniais, ora com programas de gosto duvidoso, mas sempre experimentando, sem medo. Infelizmente em 1999 a emissora deu seu último suspiro e foi vendida, se tornou a
TV! e depois a
Rede TV! que só tinha clipes musicais (
Fernanda Lima surgiu ali) e até se tornar efetivamente uma emissora de porte, ficou no vácuo passando besteira sem muito nexo. Hoje a Manchete é lembrada por muitos fãs de animação japonesa (principalmente) por sua ousadia em exibir animes sem cortes (por um bom tempo, depois a censura pegou muito no pé) e por vincular de maneira fértil o anime no Brasil. A Rede TV! parece querer seguir os passos da Manchete e até consegue emular um pouco daquilo que a outrora emissora era, mas ainda está aquém do que a Manchete foi. Se você não conhece a Manchete ou era muito novo para lembrar de detalhes, clique
AQUI e você conhecerá mais no site Rede Manchete de Televisão, uma página que mantém viva aquela chama.
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