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Batman- A Corte das Corujas (resenha)

A Corte das Corujas é um reflexo da nova forma de ser fazer quadrinhos nos Estados Unidos, buscando sempre um formato dinâmico, sem esforços didáticos e atrás de soluções mais redondas mexendo na Histórias dos personagens. Vou falar de maneira bem simples e direta em relação a esse arco que corresponde as sete primeiras HQs do Morcego no começo de Os Novos 52: tem altos e baixos-- mais baixos que altos. Apesar da ótima acolhida da crítica especializada, Scott Snyder não opera um milagre e transforma o Batman numa artigo genuíno. Eu vejo mais como um trabalho esforçado, diferenciado do que vinha sendo feito com o Homem-Morcego, mas só. É divertido, te faz parar para se distrair por algum tempo, mas não é memorável. 

A arte de Greg Capullo é bacana, trás um dinamismo interessante ao Universo do Batman e em algum momento até casa com a proposta, mas eu não consigo ver artistas como ele trabalhando com um personagem que necessite de uma arte mais grosseira, mais sombria. Capullo é um grande artista e de mão cheia, mas falta soturnidade ao seu traço-  que tem sim seus momentos e ele consegue transferir isso às páginas. Diferente de Spawn onde Capullo que apesar de ser soturno, era bem "comics" (pelo menos nos primeiros anos), Batman é um personagem genuinamente ligado ao escuro e o traço do artista lembra mais o Robin- se é que deu pra entender. No entanto, o trabalho é realizado com eficiência. 

Quanto ao arco em si, vale dizer que Snyder tenta construir uma nova mitologia dentro do Universo do Batman, mexe nas raízes de seus ancestrais e tem algumas liberdades criativas questionáveis. Normal para um roteirista em acensão e que quer mostrar serviço. Se fosse só pra montar arcos comuns, teriam chamado Scott Lobdell (agora chutei). Snyder busca algo novo, calcado em ações que levam o Cruzado Encapuzado a duvidar de si mesmo e até das sombras, seu habitat natural. A Corte das Corujas se mostra um grupo em sua concepção interessante, mas supervalorizado. O vilão, o Garra, um vilão que acaba se mostrando tão comum e simplório quanto um bandido de rua. Não é um arco desastrado, cheio de artimanhas simples, mas Snyder buscou o caminho mais fácil para tentar vida nova ao Batman- e até consegue a certa altura, mas força um pouco a barra. No final, é um bom arco, mas nada excepcional. A Panini trás um bom encadernado, um trabalho gráfico muito bom. Agora resta saber quando irão dar continuidade, afinal, o arco continua em A Noite das Corujas onde todo o Universo do Batman entra pra história. Só resta aguardar...

Nota: 7,5

Comentários

Anônimo disse…
É uma edição que eu compraria, se não estivesse numa fase de selecionar bastante minha leitura.

Gostei de seu blogue.

Se topar parceria, dá uma conferida em meu espaço, me segue, que te retorno.

Abraços!

Kleiton
kleitongoncalves.blogspot.com.br