Vilania Eterna é o que chamo de bom conceito, mas mau aproveitado. Sim, eu sou DCnauta. E não, eu não sou fanboy suficiente pra vibrar com esse tipo de coisa. A premissa realmente é interessante e colocar os vilões como "heróis" foi uma boa sacada. O que aconteceria se todos os maiores heróis da Terra fossem derrotados por um vilão mega blaster e só sobrassem os "vilões menores" para defender o planeta de um mal que eles mesmos podem ser atingidos? Eu já tinha pensando nisso certa vez quando tava criando uma saga para meus fanzines com super-heróis e acabei não realizando há vários anos. Em Vilania Eterna o Sindicado do Crime (uma Liga da Justiça de outra dimensão, mas com valores invertidos) vêem para a nossa realidade e conseguem através de um agente infiltrado dentro da Liga da Justiça dominar e vencer os maiores heróis da DC Comics e assim, começam sua dominação global primeiramente trazendo para eles aqueles vilões que compactuam com a mesma visão de caos que o Sindicato. Começa aí a jornada de quadrinhos com invasão em várias revistas da DC que a Panini lançou aqui em edições extras dentro das revistas mensais dos personagens usando numerações especiais. Particularmente eu só acompanhei mesmo as duas principais: Liga da Justiça (desde a Guerra da Trindade) e a série Vilania Eterna.
Fazendo um paralelo entre as duas, Liga da Justiça se saiu melhor que a saga principal. Desculpa, mas Vilania Eterna custa pra pegar no tranco e quando pega, ainda fica devendo. As duas séries anexadas juntas a mini pela Panini com Argos e Rogues Rebellione (com a Galeria do Crime) acabam sendo mais interessantes que Vilania Eterna pelo formato editorial mais bem distribuído e com HQs que fluem melhor. Geoff Johns é um grande roteirista e suas fases em Lanterna Verde, Sociedade da Justiça e Gavião Negro pra mim são seus melhores trabalhos, mas depois que virou um dos chefões da DC ele caiu um pouco de produção criativa. A trama apesar de interessante, demora muito pra sair do feijão com arroz. Há sim bom momentos e ações que você de fato arregala os olhos, mas são pontuais. Na real... se Mark Millar pega uma trama dessas, ele chuta-bundas pra todo lado. É mais o tipo de HQ que necessita de um roteirista mais "sujo" e que não tenha receio de fazer um personagem chutar a cara do outro pra lhe arrancar os dentes e depois cuspir nele- e ainda assim, aplicar-lhe um chute nos bagos.
Vilania Eterna não é de todo ruim. Tem suas boas passagens e bons momentos entre os vilões se colocando no papel de heróis para salvar o mundo, mas também deixa um gosto "ruim" na boca quando os mesmo vilões que ajudam a salvar o mundo- vilões esses que detém aí um currículo de assassinatos- de repente ficarem meio que "bonzinhos", ainda que haja bravatas e tal. Definitivamente não foi o que esperei disso. Esperava realmente ver algo mais "pipocão" e não algo tão arrastado. Em tempo, David Fincher é um artista que ora eu gosto, ora não. Em Vilania Eterna não. O traço dele pra mim só funciona na Marvel. O cara faz tudo direito em muita coisa, mas os rostos são de amargar e às vezes a anatomia fica bem estranha. Mas a trama tava tão morna que acabou nem fedendo e nem cheirando. Uma coisa é certa: um dia isso vai sair em um encadernado de luxo... e eu não compraria.
Nota: 7,0 (pela boa ideia)
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