O Hobbit - A Batalha dos Cinco Exércitos (resenha)

Lembro que assistir a um dos filmes de O Senhor dos Anéis era um verdadeiro evento! Comoção, gente de cosplay, filas, salas lotadas com ingressos esgotados, grande divulgação em todas as mídias, etc. O Hobbit não teve a mesma força aparentemente, apesar dos esforço de Peter Jackson e equipe ao recriarem a Terra Média novamente. E quando o terceiro filme chega para finalizar a jornada por terras mágicas e cheias de perigos, ela parece melancólica, obra de um fanboy que deu tudo que um fanboy queria ver (não confundir com os verdadeiros fãs dos livros de J.R.R. Tolkien). O terceiro capítulo de O Hobbit que segue com o título de A Batalha dos Cinco Exércitos, parece uma grande ode aos "Blockbusters" de verão americano- tanto que a data dele realmente era essa- deveria ter saído no versão americano- e agora entendo porquê. Um final melancólico, sem muita pompa, muita ação exacerbada, textos algumas vezes fanfarrões e ações questionáveis. Veja bem...não é um filme ruim, apenas pareceu exaurido por falta de contexto. É como se fosse aquelas novelas da Globo que fazem sucesso e aí preciso esticar pra poder aproveitar mais desse hype. Se a A Batalha dos Cinco Exércitos tivesse meia hora a menos, deixando realmente o que importava, talvez pudesse ter sido um filme melhor. Bilbo quase não aparece, e quando o faz, é de forma a contextualizar o filme, afinal, leva o nome de Hobbit.

Faltou também dar atenção ao restante dos integrantes do filme. O longa funciona muito bem para Bilbo e Thorin, mas o restante fica relegado a algumas "pontas" rápidas. E pra completar algumas falhas grosseiras, a inserção de Legolas e Tauriel, dupla de elfos que só estão ali para serem "cool", com pouca simpatia em relação a história em si. Outro personagem irritante e dispensável é Alfrid, que mais parecia o Otis de Superman- O Filme e que ganha certo destaque. No frigir dos ovos, A Batalha dos Cinco Exércitos tem seus bons momentos, tem uma boa filmagem, algumas passagens são quase tão boas quanto as mais icônicas em O Senhor dos Anéis, mas faltou mais alma aqui. Um roteiro esticado para gerar mais um filme dá nisso. A Warner, claro, quer o dinheiro e topou alongar-se por mais um. É um filme que poderia ter sido anexado a segunda parte e teria funcionado melhor. Deixou um gosto amargo na boca, mas no conjunto geral, não é um desastre, apenas poderia ter sido melhor aproveitado. 

Nota: 7,0