Como uma curta série de animação japonesa se torna uma jóia rara dentro tudo que se conhece do seguimento? Só há uma resposta: muita criatividade! Recentemente eu consegui assistir umas das séries mais fantásticas que pude pôr os olhos nos últimos tempos... e ainda assim uma das mais descartáveis também. Apesar do paradoxo, é possível explicar essas duas vertentes. Furi Kuri (FLCL) é uma série do ano 2000 de apenas seis episódios onde uma sucessão de acontecimentos extrapolados acontecem. O que há de tão fantástico nele? Primeiro que a produção é do estúdio Gainax, o mesmo do mega sucesso Evangelion. Segundo que para uma animação para venda doméstica (OVA), o curto seriado tem uma animação acima da média para algo desse porte. Terceiro é que é simplesmente uma sucessão de gags e movimentos de encher os olhos! Uma pequena obra prima sem demérito algum. A animação saiu da obra em mangá criado por Hajime Ueda na revista Magazine Z da grande editora japonesa Kodansha.Blá-Blá-Blá e tal. Bom, a história é meio confusa, mas acho que dá pra dar uma palhinha. O enredo gira em torno do jovem Naota, que anda sempre mal-humorado por conta da ida do seu irmão Tasuku para os Estados Unidos jogar baseball. Para trás o cara deixou uma namorada que perturba a vida de Naota o vendo como seu namorado- ela é meio desmiolada. Ela é mais velha que ele. Até aqui tudo é normal dentro do que se pode esperar. Até que uma doida andando que nem um foguete numa vespa amarela atropela Naota e depois o acerta com uma guitarra, só para logo em seguir o beijar na boca na frente de Mamimi (ex do irmão de Nao) e a partir desse momento uma sucessão de coisas bizarras acontecem. Um exemplo: bom, que tal uma briga de robôs saídos do galo na cabeça do Naota? Isso mesmo! Os dois robôs saem da cabeça do garoto e começam a lutar. O galo cresce e vira um robô saltando para o meio da rua. A garota da Vespa, a amalucada e extravagante Haruku, desde então fica no pé do Naota.Tudo isso se passa numa cidade chamada Mabase, onde uma fábrica chamada Medical Mechanica que tem sua estrutura uma forma de ferro de passar roupas, expele todos os dias uma fumaça que deixa os adultos meios abobalhados aparentemente. A série é cheia de situações absurdas, textos surreais, cenas rápidas, sem tempo às vezes para o expectador conseguir apreciar direito e tem um ritmo muito frenético. Quando digo frenético, é frenético mesmo! Não aconselho Furi Kuri para aqueles fãs de animações com ritmo mais tradicional tipo Cavaleiros do Zodíaco, Dragonball, Naurto, Bleach e essas coisas mais comuns. Furi Kuri é muito intenso, confuso às vezes e não deve agradar aqueles que num gostam de pensar muito. É uma série completamente maluca e bizarra, mas também de uma beleza gráfica como poucas séries do gênero. Uma boa pedida pra quem quer assistir algo completamente diferente sem pretensões alguma.
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