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À Prova de Morte (resenha cinema)

Finalmente À Prova de Morte (Death Proof- 2007) estreou no Brasil. O filme ficou empacado na distribuidora comendo poeira e sendo comercializado nas calçadas dos grandes centros comerciais no rodo. Uma pena! O filme é fantástico! A ideia de À Prova de Morte surgiu dentro de outro filme, Grindhouse, com que Quentin Tarantino idealizou com seu amigo Robert Rodriguez. Ambos os cineastas resolveram homenagear o cinema marginal, produzido com pouca grana nos anos 60 e 70 onde as tramas sempre giravam em torno de policiais, prostitutas, artes marciais e corridas de carros envenenados. Naquela época era comum ter dois filmes em um, que era comumente chamado de Grindhouse. E foi essa a intenção dos dois criadores. Trazer aquela época tão bonachona para a nossa. Sensacional, mas deu com os burros n´água. O projeto foi um fracasso e não conseguiu emplacar. Críticos alegaram que o filme não conseguia se antenar com essa nova geração. O resultado foi a divisão dos dois filmes.Então agora tínhamos Planeta Terror (do Rodriguez) e À Prova de Morte (do Tarantino). No Brasil Planeta Terror largou na frente e conseguiu ser lançado nos cinemas mesmo que no chutão. Logo se imaginara que o filé disso tudo, a obra do Tarantino, estaria a caminho. Três anos se passaram e apenas agora o filme está nos cinemas depois de o cineasta já ter feito outro, no caso, Bastardos Inglórios. Uma bizarrice sem tamanho essa distribuição louca. O filme já não é mais novidade para quase ninguém que curte o trabalho de Quentin Tarantino, afinal, o filme pôde ser pego na Internet e até nas calçadas. Já num tem mais nem graça. Eu de fato não entendo o que essas distribuidoras brasileiras pensam. Acho que o núcleo dessas empresas deve ser constituído por babuínos. Depois fica reclamando da pirataria. Não sabe nem trabalhar direito.Quanto ao filme em si só posso dizer que mesmo já sendo figurinhas nas calçadas de DVD pirata no meio da rua, a produção merece sim uma visita em tela grande. Os textos de Tarantino, aliado a sua plástica como cineasta são sempre uma grata diversão. Aqui você tem de tudo o que fez o diretor ser quem ele é hoje: diálogos afiados, violência, boas cenas de ação e muita mulher explorando o máximo seu erotismo (mas sem vulgarizar). O enredo conta a história do amalucado dublê Stuntman Mike e seu “fetiche” por momentos de adrenalina, mesmo que para isso ele tenha que matar algumas pessoas. O filme tem apenas dois pontos de adrenalina, mas são os momentos mais divertidos. Claro que a câmera segura de Tarantino em torno das conversas são sempre um ponto forte, mas ninguém faz o que ele faz com tanta autonomia. O filme ainda vem com aquele envelhecimento proposital emulando um filme antigo. Um trabalho de primeira. Vale à pena assistir na telona.

Nota: 8,5

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