
O novo filme de
Darren Aronofsky tem dividido a crítica. Uns dizem que o filme é excelente, outros que é mediano. E já li críticas (não de profissionais da área) que afirmam que o filme é apenas mais um para um “Super Cine” perdido. Bom, eu não sou profissional da área, mas o filme não é para tanto também. Como sou fã do diretor, eu poderia puxar a sardinha pro lado do cara e apontar várias qualidade dele, mas uma coisa não reverte a outra. Cisne Negro é mesmo um bom filme, mas pra mim é o mais perto de um escorregão que Aronofsky já passou. Muito mesmo! Os filmes do diretor nunca são simples películas “sobre alguma coisa ou alguém”. São em geral sobre a condição humana. Sobre seus limites em busca de algo maior, de um objetivo em caça. E C
isne Negro não foge a essa regra básica do diretor. Não é um filme ruim. Nem de longe. É muito bom. Mas não é aquele filme que muitos andam pintando por aí. Aqui Aronofsky se aventurou em algo que não lhe é comum e ele flertou com o sobrenatural e suspense de uma forma quase contida (às vezes exarcebada). Sendo categórico, o filme se reverte em uma ambição com limites extremos.

Na trama temos Nina, a bailarina vivida por
Natalie Portman, essa sim, se entregando ao papel de corpo e alma e mostrando que uma atriz tão jovem pode ganhar o Oscar como qualquer outra. Nina quer ser perfeita. Se cobra, se martiriza, sonha e precisa ser o que ela mais almeja. Não mede esforços físicos para isso. Quando uma nova peça do Lago dos Cisnes está para ser montado, Nina tenta mostrar a Thomas Leroy (
Vincent Cassel) que pode ser capaz de viver o Cisne Branco, que lembra bastante a personagem, e a o Cisne Negro, adverso a personalidade de Nina, e eis aí o desafio da personagem. A partir desse ponto Nina entra numa luta contra ela mesma e o filme cai num vértice confusa e até desnecessária em alguns momentos. Mas o brilho do filme não se ofusca assim tão fácil. Ele tem seu méritos de concorrente a quatro Oscar. Mesmo não tendo a mesma força emocional dos filmes anteriores de Darren Aronofsky, Cisne Negro ganha em interpretação e arrojo. Afinal, transformar um filme de “bailarinas” em algo interessante, não é pra muita gente. Desculpa, mas balé é chato pra caralho. Foda ser chucro, né? Hahahaha...

Apesar de todas as indas e vindas de Cisne Negro estarem numa gangorra sem muito chão, o filme está longe ser uma porcaria dispensável. Ele só não é pra qualquer um, ser querer ser chato. Nem todo mundo tem sensibilidade para assistir filmes com esse tipo de linha. Tem gente que dorme até. Hahaha! Normal. Há cérebros que só é estimulado com um pouco de adrenalina com filmes fracos como Homem-Aranha 3 por exemplo. Prato cheio pro fã de filmes ocos. Mas admito que filmes pra Oscar às vezes dão sono. Num dá pra aguentar um treco desses o tempo todo e uma válvula de escape em filmes descerebrados é a saída. Apesar de ser um bom filme, Cisne Negro pra mim não tem grande força no Oscar. Não como pretendente principal, mas vai acabar arrastando essa. Os velhinhos gostam desse tipo de filme. Achei
O Vencedor bem melhor, apesar da caricatura de filme de drama. Ainda não assisti a todos os concorrentes, que estou esperando irem para a telona. Já tem um que saiu até em DVD e vou catar. Quanto a Cisne Negro, seu maior mérito é que alguém achou excepcional e espalhou isso. Mas ele é bom e só.
Nota: 8,5
Cisne Negro (
Black Swan, 2010)
Direção:
Darren Aronofsky Elenco:
Natalie Portman,
Mila Kunis,
Vincent Cassel,
Barbara Hershey,
Winona Ryder
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