Uma das "vantagens" de se ler mangá é que ele é fácil de manusear, e o que torna minhas jornadas no ônibus menos monótona. Nas últimas semanas tirei alguns mangás do mofo e resolvi ler. Tenho muita coisa parada por falta de tempo, mas agora estou tentando me atualizar. O que li de uma vez só foi Ataque dos Titãs (como falei na postagem passada), mas também intercalei com outros mangás. Vou começar falando de Street Fighter Alpha da New Pop. Dividido em duas partes com roteiro e arte de Masahiko Nakahira, a história dos amigos Ryu e Ken entra na fase "Alfa" com um novo recomeço para ambos. A trama começa legal com um Ryu quase desistindo de ser um lutador e servindo de "capanga" para traficantes, até que a Interpol intercepta um carregamento e Ryu enfrenta a oficial Chun-Li. Mas um incidente o faz despertar uma força além de seu controle e o torna uma máquina furiosa de destruição e depois o roteiro desanda muito. Claro, não dá pra esperar um primor de roteiro (às vezes até dá), mas o mangá vira uma sucessão de clichês entediantes e redundantes. A arte de Nakahira é muito boa, mas o texto entornou e ficou uma porcaria.
Já Henshin! Mangá é uma produção fruto de um concurso nacional chamado Brazil Manga Awards (sim, em Inglês mesmo) que foi conduzido pela gigante JBC e trouxe vários trabalhos de autores nacionais numa compilação mista. Infelizmente o resultado não foi dos melhores. Existe sim bons trabalhos aí, mas a maioria peca e muito em roteiro. Vi potencial, mas apenas duas desses mangás me chamou a atenção. Os outros carecem de mais esmero e balanço entre arte e texto. Os autores estão no cominho certo, mas me fez questionar os outros materiais, se não haviam melhores. De qualquer forma, foi uma boa sacada da JBC oferecer um concurso como esse e apostar nesses autores nacionais.
Agora Who Fighter e o Coração das Trevas de Seiho Takizawa é uma série de três contos sobre a Segunda Grande Guerra Mundial com pitadas de ficção e suspense. A arte de Takizawa é uma beleza de traço e seu texto não é enfadonho, o que não deixa o autor entrar em corredores cheios de clichês. Um ótimo mangá lançado há alguns anos pela HQM e uma pena que a editora não tenha dado continuidade aos contos de guerra desse mangaká. A primeira história mostra o que parece ter sido um encontro insólito com um objeto voador não identificado o que trás uma trama cheio de mistério, conspirações e suspense. A segunda, O Coração das Trevas, é uma história sobre uma visão utópica durante a guerra e o que isso pode causar a um homem. A missão? Acabar com esse sonho no meio de uma floresta densa e quente no meio de um guerra sangrenta. A terceira e curta, Tanques, é mais simples e mostra os horrores da guerra ontem, hoje e amanhã em poucas páginas. Ótimo material!
E pra finalizar, As Guerreiras Mágicas de Rayearth Fase que foi reeditado pela JBC numa qualidade melhor que seu primeiro lançamento. Eu era (e sou, né?) muito fã do anime das Guerreiras Mágicas e sempre tive muita curiosidade em conhecer o mangá. E cara... é muito bom. O roteiro é simples, mais lembra uma partida de RPG e isso é bem notável nas notas de rodapé e até nas piadas internas das personagens, e a arte do grupo CLAMP é sensacional! Com um traço limpo e uma arte-final mais encorpada que mais lembra um mangá Shonen (masculino) que um Shojo (feminino), Guerreiras Máginas de Rayearth Fase 1 é um conto sobre amizade e superação, quando três desconhecidas são chamadas para outra dimensão onde a força de seus desejos regem o local. A missão é salvar o pilar desse mundo que está aprisionada. Com um diálogos simples e por muitas vezes divertidos- parabéns aos tradutores do mangá que fizeram um excelente trabalho- Rayearth é um mangá singular, com uma pegada de magia e ficção ao mesmo tempo. Material interessante. A Fase 1 é composta por três volumes.
Street Fighter Alpha NOTA: 6,0
Henshin! Mangá NOTA: 6,0
Who Fighter NOTA: 9.0
Guerreiras Mágicas de Rayearth NOTA: 8,0
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