Mississípi em Chamas (Mississípi Burning- 1988) é um daqueles filmes que eu estava me devendo. O longa passou várias vezes na TV aberta- mais especificamente em "Super Cine" da Globo- e eu nunca tinha assistido e esses dias parei para vê-lo. O filme dirigido por Alan Parker já começa forte, com uma perseguição numa auto estrada. Você nota de cara que o filme tem uma lente diferenciada pela forma em que a fotografia é feita entre contrastes de preto e branco. A trama mostra os efeitos de um sumiço de três ativistas dos direitos civis no estado de Mississipi em 1964 que vivia segregada dividindo negros e brancos. O FBI é acionado para investigar o caso e é recebido tanto pelas autoridades locais quanto por sua população branca com resistência. Cabe aos dois agentes Rupert Anderson (Gene Hackman) e Alan Ward (Willem Dafoe) investigarem a fundo os ocorridos. O tema é forte e ainda muito atual. A direção é certeira e as interpretações de Hackman e Dafoe um dos pontos altos do longa. É um filme no estilo "old school" e trás uma forma de filmar e dirigir que não se vê mais nos dias hoje com tantos produtores engravatados colocando o dedo no mel. Baita filme! E um daqueles que você recomenda sem medo pros amigos. O cinema atual precisa voltar e fazer filmes assim. Filmes de verdade!
NOTA: 9,5
Tróia (Troy, 2004) de Wolfgang Petersen é um filme que vi nos cinemas na época, mas apesar de visualmente fantástico, me deixou sair da sala com a sensação de vazio. Eu não sou burro de tentar comparar a Ilíada de Homero com o filme- eu perderia feio, até porque não o li (apenas alguns trechos) o que não me torna apto para tal, mas como cinéfilo sei que há falhas de condução e construção. A tarefa é inglória do roteirista David Benioff por tentar adaptar uma parte da guerra entre troianos e gregos dos versos de Homero. Sabe-se que o roteiro é um vislumbre meramente visual para um espetáculo que culmina no "clássico Cavalo de Tróia". Benioff espreme o que dá nas 163 minutos de filme para que vire um blockbuster épico como os que vinham sendo feito na época por conta do sucesso de O Senhor dos Anéis. O filme é quase robótico. Apesar de Brad Pitt convencer como Aquiles- o maior guerreiro de todos os tempos- é em Heitor (Eric Bana) e Príamo ( Peter OToole) que o filme tem suas maiores estrelas. Você torce por Heitor na luta com Aquiles e você sente a dor de Príamo com a queda do filho e de sua amada Tróia. De resto é um filme bem orquestrado no que diz respeito à técnica, mas que perde um pouco em condução.
NOTA: 7,0
Zerando a Vida (The Do-Over- 2016) é um filme produzido para o Netflix e com Adam Sandler como o "artista principal". Mas não espere muita graça aqui, pois assim como os filmes anteriores do ator, é uma sucessão de bizarrices que não tem muita graça. Sandler está preso numa fórmula que não tem funcionado faz um tempo, que usa escatologia, humor negro e insultos gratuitos de forma desesperada. Tirando uma ou outra piada, nada aqui escapa. Depois de Os 6 Ridículos, achei que o Netflix abandonaria Sandler, mas continua apostando nele. Vai entender. O longa mostra dois amigos tentando "zerar" suas vidas assumindo a identidade de dois caras que aparentemente tinham uma vida boa (muito boa), mas acabaram entrando pelo cano. Não tem muito enredo. É desculpa para porradas, palavrões, cenas escatológicas e muito besteirol. Simplesmente não tem empatia nenhuma.
NOTA: 3,0
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