
Resenha sem grandes spoilers
Uma série “simpática”, pode-se dizer, apesar de toda clichezada que desfila pelo programa da MTV. A série Awkward (que pode ser lido como “estranho” numa tradução livre) mostra a “looser” da vez que da noite para o dia vira uma espécie de celebridade bizarra quando uma série de eventos em sua residência a fazem parecer uma suicida, o que a torna uma visita ao perdedor que não tinha nada a perder a não ser a vida. Com uma mistura de drama e humor, com aquele clima de filmes adolescentes de besteirol estadunidense, Awkward acaba sendo melhor que sua própria premissa quando sai dos primeiros episódios comuns e se aprofunda nos relacionamentos em sua volta. Assim como The Hard Times of RJ Berger (também da MTV), a série tem uma estrutura muito segura, dentro de um parâmetro que não foge demais das regras de sériee desse tipo, ao mesmo tempo que consegue tirar alguns coelhos da cartola.

Amigas perdedoras
A força motriz da série é mesmo sua protagonista Jenna Hamilton vivida perfeitamente por Ashley Rickards do seriado One Tree Hill em seu primeiro papel como protagonista. Hamilton tem 15 anos (e Rickards às vezes aparente ser nova, mas em boa parte do programa tem cara de véia mesmo) que tem duas melhores amigas Tamara (Jillian Rose Reed) e Ming (Jessica Lu) onde há uma certa disputa estranha pela amizade de Hamilton. O que poderia ser só mais uma série do “perdedor” que ficou em foco, se torna uma série mais descolada do que a sinopse sugere a começar pela perca da virgindade da protagonista no primeiro episódio com o cheirador de sovaco Matty (Beau Mirchoff), que irá se refletir de maneira natural pelos próximos episódios. Matty tem a mania sinistra de cheirar o próprio sovaco quando fica perto de uma garota que quer impressionar. Não espere que aja aquele “boom” característico de personagens que são ninguém e do nada viram os descolados. Assim como em R.J. Berger, nada pode melhorar antes de ficar ainda pior.

As vilãs: a "loira burra" e "gorda maquiavélica"em esteriótipos batidos
A série tem boas revelações potencializadas por personagens como Valerie (Desi Lydic com um timing afinado para fazer rir) sendo a conselheira maluca de Jenna; há também a mãe super jovem e “descolada” Lacey (Nikki Deloach) e a expressiva e maquiavélica Sadie (Molly Tarlov) com suas peripécias faciais. Mas nem só de romances vive a protagonista, pois há um outro plot dentro da séria. Hamilton recebe uma misteriosa carta que aponta suas franquezas e a punciona enfrentá-las de frente. Olhando num conjunto geral é apenas mais uma série estadunidense que reflete bem o modo de vida escolar dos estadunidenses comuns, enfrentando os valentões da escola, festinhas de popularidade, brigas, romances complicados e sexo como meta principal, mas como a coisa se conduz é que faz a diferença, ainda que tenha uma linha muito forte de clichês padrões. Não um “Lost, oh, céus”, mas no quesito entretenimento cumpre seu papel. Não muda o universo, não é a “nova série do ano” e nem irá mover legiões por ela, mas diverte. E só. Tem seus bons momentos.
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