Dificilmente a Pixar erra em seus produtos. Mas Procurando Dory está dentro daquela parcela de filmes que poderia ter ficado só no projeto. Veja bem: não é um filme ruim e vai sim agradar a criançada, mas é só um repeteco de Procurando Nemo. A premissa até mesmo pelo título já entrega isso, no entanto, o diretor Andrew Stanton (Wall-E e Procurando Nemo) parece querer remar em "mares seguros" repetindo a fórmula de Nemo quase que ao pé da letra. O carisma dos personagens e a excelente animação estão lá, mas o enredo pasteurizado entrega uma sensação de cansaço logo nos primeiros minutos e sobra apenas as piadas soltas pelo longa metragem. Na trama Dory busca encontrar suas raízes e para isso Nemo e Marlin vão com ela até onde ela acha que viu seus pais pela última vez. E é só isso. O resto são tiradas soltas e bem produzidas que levam o expectador a dar algumas risadas, mas com certeza vai divertir bastante as crianças. Pra mim Procurando Dory ficou na categoria Carros (filme da Pixar de 2005), que é boa animação (parte técnica), mas enredo a desejar.
NOTA: 6,5
Procurando Dory (Finding Dory, 2016)
Direção: Andrew Stanton e Angus MacLane
Roteiro: Victoria Strouse
Elenco (vozes): Albert Brooks, Diane Keaton, Dominic West, Ellen DeGeneres, Eugene Levy, Idris Elba, entre outros
Duração: 97 min
Estúdio: Pixar/Disney
Bernie é um filme muito estranho. Muito mesmo! Ele é daquela categoria de "humor negro", mas não sei bem se é uma comédia, um drama, tragicomédia ou apenas um filme estranho. Baseado em fatos reais, o filme mostra Bernie (Jack Black), um cara prestativo de uma pequena cidade do Texas onde ele é um agente funerário e faz isso com "maestria". Mas Bernie também se envolve em outras atividades dentro da cidade e tem a simpatia de todos. No entanto, Marjorie Nugent (Shirley MacLaine), uma viúva de mais de 80 ano e amarga que não gosta de ninguém, acaba se apegando- do jeito dela- ao agente e ambos criam laços incomuns. Com o passar do tempo, a amarga mulher acaba contagiando o alegre e prestativo Bernie o deixando triste e amargurado. Até o momento em que Bernie num ato impulsivo, a assassinou e a colocou num freezer. O diretor Richard Linklater cria um filme incomum onde ele transforma um fato como esses numa fita de humor negro. A produção ganhou certa notoriedade, mas ficou apenas nisso. Admito que ao assistir quase desisti algumas vezes, mas fiquei curioso para ver o final- que é sem duvidas a melhor etapa. Não é para qualquer um.
NOTA: 7,0
Bernie- Quase um Anjo (Bernie, 2011)
Direção: Richard Linklater
Roteiro: Richard Linklater e Skip Hollandsworth
Elenco: Black Jack, Shirley MacLaine, Matthew McConaughey
Duração: 99 min.
Distribuição: California Filmes
O novo Caça-Fantasmas gerou muita polêmica por vários motivos. Um dos motivos é que o filme ficou muitos anos na geladeira pra tentar colocar o elenco original de volta "passando a bandeira", mas isso ficou para trás e foi decidido refazer tudo, no entanto, com mulheres no comando. As primeiras imagens oficiais não ajudaram muito e os fãs ficaram bem nervosos quanto a produção. Quando o primeiro trailer surgiu, houve uma amenizada nas hostilidades, mas ainda assim o fã estava bem cético. Mas burburinhos depois, o filme se mostra sim... muito bom! O diretor Paul Feig criou um filme com base sólida e não se furou a apenas seguir passos do filme original de 1984. Ele foi além e deu sim muita personalidade aos novos Caça-Fantasmas, mas sem perder o tom clássico. A trama junta quatro mulheres, assim como original, cientistas, e uma pessoa que não é do ramo, mas que faz a diferença. Com tiradas divertidas e homenagens (sim!) ao original, como a participação deles em algumas passagens, mas como outros personagens, o novo Caça-Fantasmas veio sim muito bem, fez bonito e espero que venha por aí uma continuação a altura.
NOTA: 8,5
Caça-Fantasmas (Ghostbusters, 2016)
Direção: Paul Feig
Roteiro: Paul Feig e Katie Dippold
Elenco: Melissa McCarthy, Kristen Wiig, Kate McKinnon, Leslie Jones, Charles Dance, Cecily Strong, Andy García, Chris Hemsworth
Duração: 116 min.
Estúdio: Columbia Pictures
Nos anos de 1980 era comum os filmes sobre policiais parceiros com um tom de comédia. Máquina Mortífera representou bem esse filão. Não por isso, o diretor Shane Black, o criador de Máquina Mortífera, volta a essa fórmula com Dois Caras Legais e tá tudo lá. A comédia, a ação, as tiradas policiais. Shane é um roteirista bem cotado, mas não considero um bom diretor. No entanto, admito que Dois Caras Legais ficou além de suas limitações e ele entrega um filme divertido e bem parecido com sua criação mais famosa. Aqui invés de dois policiais, temos dois detetives em busca da mesma pessoa. O problema é que essa pessoa está envolvida numa atuação muito maior que pode levar uma corporação, foi conduzida a uma fuga maluca onde os dois estão dispostos a entender, pois no começo um acaba anulando o outro até descobrirem que estão sendo manipulados. Com muitos clichês de filmes policiais, Shane entrega um longa divertido e com o pé na nostalgia. Os atores Ryan Gosling e Russell Crowe estão bem entrosados, que faz com que o filme fique ainda melhor. Bom programa para uma "Tela Quente" no final de domingo.
NOTA: 8,0
Dois Caras Legais (The Nice Guys, 2016)
Direção: Shane Black
Roteiro: Shane Black
Elenco: Russell Crowe, Ryan Gosling, Angourie Rice, Matt Bomer, Margaret Qualley, Keith David, Kim Basinger.
Duração: 116 min.
Estúdio: ?
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