Sandman versão de luxo- no Brasil média de R$ 160,00 com 500 páginas
Em 1994 quando comecei a comprar quadrinhos regularmente, logo que o plano Real entrou em vigor com muito valor, eu comprava gibis a dar com rodo com o dinheiro do lanche da escola. Minha coleção começou a crescer pra valer e era só alegria. Passado mais de 20 anos... eu sei que as coisas mudam... mas os quadrinhos de hoje deixaram de ser quadrinhos para ler como o intuito genuíno de diversão (não que não seja mais), mas sim quase como uma ostentação. Olhando nas bancas até a presente data dessa publicação, os gibis de linha, aquelas revistas mensais em papel ruim, mix duvidoso e tal, estão a um valor absurdo de quase R$ 10,00. Particularmente eu acho um absurdo. Eu sei que há muitos fatores que fazem com os valores de alguma coisa cheguem aos níveis que ficam como custo de gráfica, papel usado, direitos das editoras, distribuição, toda uma máquina administrativa contábil. Uma editora não é uma instituição filantrópica. O que está em questão não são os custos em si, mas sim como chegou a esse ponto.
Cavaleiros do Zodíaco (Kanzenban) por R$ 64,90, 240 páginas, 22 volumes causou polemica
Os quadrinhos estão cada vez mais ganhando versões de luxo, com valores que chegam a R$ 160,00 em média por um volume mais caprichado. É uma boa quantia de grana, diga-se de passagem, ainda mais em tempos de crise. Mas por incrível que pareça, essa vertente está cada vez mais difundida em criar quadrinhos para vendas exclusivas para livrarias e lojas especializadas, onde as mesmas compram os produtos e não há sistemas de devolução, talvez daí ser mais lucrativo para as editoras trabalharem assim. No entanto, aquele leitor habitual que só quer ler seus personagens, arcos ou edições especiais acaba prejudicado por preços salgados. Há quem defenda a elitização do quadrinhos, o retirando da banca comum e sendo lançado apenas em formatos especiais, mas há quem pense justamente ao contrário quando se fala de uma mídia de entretenimento de massa.
Edições Definitivas são o futuro dos quadrinhos?
Há muita polemica em tudo isso, mas o fato é que as editoras mais habituais sacam disso e tudo e em geral enxergam os dois lados lançado quadrinhos tanto para pessoas que só querem quadrinhos mais baratos, intermediários e de luxo. O mercado brasileiro nunca esteve tão bem servido de quadrinhos de todos os jeitos e formatos, com muitas editoras lançando quadrinhos de toda parte do mundo com acabamentos diferenciados. Cabe então ao leitor escolher o quanto quere gastar ou quanto pode gastar. A tendência por ora é que o mercado interno de quadrinhos aumente para livrarias principalmente onde cada vez mais ganham prateleiras especiais e mais visibilidade até mesmo por conta de muitas filmes de super-heróis estarem aí pelos cinemas.
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