Pular para o conteúdo principal

Quadrinhos Multilados

Acima comparação da versão original, Abril e Panini
 
A história do quadrinho "enlatado" no Brasil é bem rica se formos falar de histórico de editoras e por cada uma que passou sofreu alguma interferência editorial para se adaptar ao mercado nacional. Muitos quadrinhos Marvel e DC, por exemplo, tinham nomes "abrasileirados" para facilitar para o nosso idioma, ou os personagens mesmo tinham as traduções para o Português de forma ou errônea ou sem sentido algum. São inúmeros os casos. Mas sendo ainda mais especifico, uma das coisas que mais incomodou o brasileiro foram os famosos cortes e alterações de material original que a editora Abril promovia em seus quadrinhos. Na época pouca gente sabia, até porque não se tinha o recurso da informação como nós temos hoje, mas para aqueles que compravam HQs originais, era um "problema". Os fatores foram muitos como o formato mix que as editoras nacionais adotavam (e adotavam até hoje), formato menor, pouco espaço para muito texto e muitas vezes muitas páginas para pouco espaço e até tempo cronológico errado de publicação.
Obliteração de imagem por questões cronológicas
 
Fatores como esses levaram a editora Abril a cortar textos para que coubesse nos balões de um gibi menor que seu original americano e às vezes páginas inteiras eram deixado de lado para que a edição fechasse com o número de páginas correto. Algumas informações também eram alterados por questão cronológica, isto é, para que aquele leitor não tivesse uma informação de um acontecimento futuro e bagunçasse a cronologia que ele estava no momento lendo. Foram "cuidados" que mais tarde se tornaram por alguns fãs como mutilação e por outros como necessário para aquele momento. Um dos casos mais famosos de "mutilação" é de Terra X que fora lançado pela Mythos em quatro edições lançado em 2001 que foi cortada praticamente pela metade. Estamos falando de muitas páginas. Segundos os editores esse corte foi preciso para "agilizar" a trama lenta. Essa prática no Brasil hoje não é mais usada e acho quem usou por último foi mesmo a Mythos. Para muitos os formatinhos são puro saudosismo, mas para outros já foram tarde com seus cortes e adaptações.
Muitos fãs mais novos não conhecem essas histórias de bastidores, mas dentro do mercado editorial de quadrinhos tipo "importação", sofreu desse mal. Hoje esses quadrinhos em formatinho são símbolo nostálgico de um tempo de gangorra que sofreu o Brasil entre os anos de 1970 e 1980 (e começo dos anos de 1990), mas que com certeza não deixa saudade em relação aos cortes de páginas e textos.
 
IMAGENS do site Chuva Nuclear. Link clicando AQUI.

Comentários

Little Ton disse…
Rapaz, esses cortes são mesmo polêmicos. A Abril tinha lá seus motivos pros cortes, mas comparando com o material original dá uma sensação de faltar algo realmente. Mesmo entre os profissionais da área isso era motivo de briga. Lembro de uma ocorrida na primeira versão da Wizard Brasil. Jotapê, tradutor de longas eras, meio que discutiu na revista com outro cara que já trabalhou com ele na Abril, justamente fazendo cortes. Naquele tempo, ainda vá lá. Hoje em dia cortes não fazem sentido. Cheguei a pegar esse bucho da Mythos, mas consegui me desfazer rápido. Mas era incrível a quantidade de material cortado, a metade da história, praticamente! Agora, tem o lado ruim: se publica tudo hoje em dia, até material beeeem ruim. Mas fazer o que.