Quando assisti ao primeiro episódio de Rookie Blue o que me veio à cabeça de imediato foi Grey´s Anatomy. A comparação é inevitável! A série mostra cinco recrutas recém saídos da Academia de Policia e os coloca do lado real da coisa. Na pedreira! Assim como Grey´s, os personagens novatos precisam mostrar serviço, errando, fazendo piadas bestas fora da hora, se esforçando para mostrar a seus supervisores que estão aptos a serem policiais de verdade e às vezes levando essa premissa a situações de perigo ficando naquele jogo de “eu errei, mas posso concertar”. Os primeiros episódios eu gostei, mas não achei grandes merdas. Estava descaradamente com cara (mesmo) de Grey´s Anatomy. Existe até triângulos amorosos dentro e gente de cima comenda as recrutas. Mas para a minha surpresa, Rookie Blue melhora consideravelmente quando os “Rookies”, que é uma gíria estadunidense para “novato”, começam a pegar situações difíceis nas ruas e os faz questionar suas aptidões como pretensos policiais.
A série tem 13 episódios que foram encomendados pela Global Television Network, uma emissora no Canadá. Foi criado por Morwyn Brebner, Tassie Cameron e Ellen Vanstone como Cooper, mas acabou se transformando em Rookie Blue em referencia aos policiais novatos estadunidenses, apesar da série ser canadense- e isso nem é mencionado durante os episódios. O sucesso não foi tão grande, mas teve uma boa audiência o que lhe garantiu uma segunda temporada ainda sem data prevista. A história roda em torno de Andy McNally (Missy Peregrym), Dov Epstein (Gregoy Smith), Traci Nash (Enuka Okuma), Chris Diaz (Travis Milne) e Gail Peck (Charlotte Sullivan). Cada um tem uma personalidade bem distinta, como no caso de Epstein que quer ser o super tira, ou Gail, a loira gelada que aparentemente não liga para ninguém. Missy Peregrym já esteve em Heroes e há também Eric Johnson vivendo o detetive Luke, que era o namorado da Lana em Smallville.
Quem tiver paciência de assistir o seriado, não espere algo do tipo séries policias de ação e tiroteio sincronizado. Rookie Blue deixa bem claro que seu foco fica mais perto da realidade das ruas, mas não espere violência gratuita, perseguição cinematográfica ou coisa do tipo. A série tem um ritmo novelesco, eu diria. Ainda lembro quando o SBT vendia Grey´s Anatomy como uma “novela americana”. Hehehe! O bom de Rookie Blue é mesmo acompanhar o crescimento dos personagens, que não progridem rapidamente como se estivessem num jogo de RPG. É um lance gradativo e aos poucos mesmo, regado a muito, cagaço, esporro e vacilos dos envolvidos. Ele tem um ritmo bem distinto, sem se atropelar, sem apelar, o que é bom. Às vezes tentar mostrar tudo o que tem duma vez só pode resultar numa queima de munição à toa. Se você quer uma coisa mais movimentada, passe longe de Rookie Blue e vá assistir outra coisa.
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