Esqueças (as poucas) críticas negativas que foram impostas a Distrito 9. O filme é muito bom, mesmo com uma panca de clichês rolando na telona o tempo todo. Depois que assisti ao filme e já tinha minha “avaliação” feita na cabeça, fui ler as críticas de alguns sites e blogs que gosto muito. A maioria esmagadora curtiu a ficção científica, alguns poucos nerds sabichões que acham que podem fazer melhor, não. Aí já é questão de gosto, e isso é que nem cu; cada um tem o seu. Distrito 9 tem tudo pra dar uma Blade Runner, mas com menos impacto daqui a alguns anos. Todo mundo odiou Blade Runner quando ele foi pro cinema no começo dos anos de 1980 e hoje ele é um Cult absoluto. Duvido que Distrito 9 ganhe o mesmo patamar, mas será sim apreciado daqui a alguns anos da forma como merece.
A produção tem mão do neozelandês Peter Jackson, o cara que deu ao mundo umas das trilogias mais elogiadas e premiadas do cinema, O Senhor dos Anéis. Na direção o novato sul-africano Neill Blomkamp, que quase acaba na direção da adaptação para o cinema do game da Microsoft, Halo, mas que acabou não rolando por frescurite da empresa de Bill “aí dentro” Gates. O acontece então? Muita coisa. O filme é rodado como se em parte ele fosse um documentário, mostrando a vida dos alienígenas que vivem há vinte anos na Terra, na cidade de Joanesburgo na África do Sul, numa espécie de gueto, como párias. A nave dos alíens simplesmente “estacionou” em cima da cidade, causando primeiramente comoção no povo da Terra e depois com o passar do tempo, revolta pela população local e aí entra uma boa sacada do filme, que é o lance do conflito racial entre espécies, no caso, os aliens chamados pejorativamente de camarões, e os humanos, que não toleram mais a crescente população dos mesmos. Muita coisa fica no ar, mas vale dizer que nem tudo precisa ser explicado, até porque o filme em si já tem sou cota exagerada de explicações pelo lado de cá. Com isso, entra em cena a fictícia MNU (uma espécie de ONU) para tentar levar mais de dois mil aliens para uma nova localidade, um novo campo para eles por conta de protestos violentos do humanos que vivem próximo do “marco zero”.
O legal é ver que os “invasores” já estão morando aqui (Terra) com nomes próprios locais e já conseguem se comunicar em inglês, mesmo que isso seja feito com estalidos irritantes. O agente Wikus Van de Merwe (interpretado pelo ótimo Sharlto Copley) fica encarregado de entregar em porta em porta os mandatos para retirar todo aquele povo dali e acaba encontrando um dispositivo em formato cilíndrico que ao manuseá-lo, espirra um liquido em seu rosto que irá provocar uma mutação em seu organismo. Se falar mais, estraga, mas é incrível ver que todo aquele visual fantástico foi criado apenas com 30 milhões de dólares, coisa pouca para um filme desse porte. As naves, os alienígenas, os efeitos especiais... tá tudo lá, bem redondinho. A forma usada para se contar a história, de três perspectivas diferentes; uma pelo ponto de vista do herói, outra em formato de jornalismo/documentário e a visão comum do espectador pode ter alguns poucos nerds chatolinos, pela forma que muita coisa é explicada de maneira automática, com coisas que (de fato) dispensaria a narrativa empregada, mas isso é pouco se comparado a grandiosidade do evento em si, e (como eu disse) mesmo que aja de fato algumas passagens clichês, no final das contas a diversão é garantida. Limpe o cérebro e encare isso. Será uma experiência divertida.
Distrito 9 Direção: Neill Blomkamp Elenco: Sharlto Copley, Jason Cope, David James
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