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Tokusatsu na cabeça!

Muito antes dos famigerados e chatos Power Ranges (estadunidenses), a TV brasileira tinha algo muito mais divertido para assistir nos finais de tarde. Eram os tokusatus, programas japoneses em formato de seriado e carregado de melodrama mexicano de um real! Eu nem sabia que nome se dava isso. Pra mim era apenas um seriado de TV feito no Japão e importado pra cá pra tapar buraco. Na década de 1980, eu gostava de quase tudo que passava na televisão. Assistia de Alf a novelas da Globo. Claro que meu forte era mesmo desenhos animados. Assistia a todos os programas retardados como Xou da Xuxa, Clube da Criança e Mara Maravilha só pra esperar meus desenhos favoritos. Mas nem só de animação vivia o bom e velho Ed naquela época. Eu adorava os programas japoneses exagerados. Na época, a Rede Manchete (ah, que coisa boa) era o caminho de qualquer criança que curtisse esse tipo de programa de TV. Não só porque passava animação japonesa como Pirata do Espaço e Patrulha do Espaço, mas por que inaugurou, pelo menos pra mim, uma Era de Ouro no canal aberto quando trouxe em 1988 Changeman e Jaspion. Puta merda, isso era bom demais da conta.
Com eu tinha uns 11 anos de idade, e eu sempre tive a mente muito fértil, deve ter caído muita merda de vaca na minha cabeça (piadinha de adubo, sacou? Não? Foi ruim mesmo), eu ficava o tempo me achando naquele mundinho. Cara, era a minha “novela” do final de tarde. Quando eu chegava da escola, ia direto assistir isso. Assisti a todos os episódios, do começo ao fim, sem perder nenhum. Não era muito fã do Jaspion, mas era bem legal. E ainda tinha as lutas entre robôs gigantes em cidades de isopor, acrobacias coreografadas, interpretações fanfarronas e diálogos toscos de doer. Mas era muito, mas muito divertido. Vendo que a audiência era boa para aquele tipo de programa, a Manchete tratou de trazer logo novos produtos do Japão entre eles o Ninja Jiraya e o podre do Lion Man. O primeiro era fantástico! Porra! Era um ninja, cara. Tem coisa mais legal que isso? E mesmo usando e abusando de todos os clichês para esse tipo de seriado, tinha algo diferente nele. Bem, já o Lion Man, era perca de tempo. Era uma merda dum samurai com cara de leão! Eu não gostava também porque tinha uma cara de velho, também pudera, foi criado em 1973. Nunca parei pra assistir muito isso. Achava chato pra cacete.
Ainda no mesmo embalo, a Manchete trouxe Flashman, uma versão mais atualizada de Changeman, mas sem o mesmo carisma. Eu gostei de Flashman, assistia sempre, mas o meu preferido era mesmo Changeman. Aí a coisa encarou. Veio Cybercops, Metalder, Black Kamen Rider, Spielvan (chamado no Brasil de Jaspion 2), Sharivan e mais alguns que surgiram e morreram sem serem notados. A Globo tentou passar um também já quando a febre desse tipo de seriado tava indo pro beléléu já no esquema de Power Rangers, isto é, a ação era japonesa, mas os protagonistas “destransformados” era atores americanos. Não emplacou. Apenas anos mais tarde a emissora conseguiu encaixar os Power Rangers, que fiz bastante sucessos no Brasil e em outros países. Recentemente a Focus Filmes vem lançando boxes para DVD desses seriados, como Changeman, Jaspion e Jiraya, vendo que ainda há um grande público a ser atingido. Com certeza ainda haverá muito material como esse nas lojas para vender, pois acredite, ainda há muitos fãs disso. A prova é que as salas de Tokusatsus no evento que vou aqui em Fortaleza, que acontece uma vez por é uma das mais concorridas. Mesmo que o pessoal entre pra zuar. Acontece!

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