
Tá com anos que não jogo
RPG e admito que sinto falta disso. Anos trás eu conduzi uma campanha de um ano e meio, com o mesmo grupo e cara, era muito bom. O legal de se jogar RPG é que não é um jogo para ganhadores ou perdedores. É um jogo que você joga em conjunto. Geralmente não é uma competição. Umas das principais características desse jogo que me atraia era sem dúvidas a forma como lidávamos com a criatividade. Sim, porque RPG em suma é isso: ser criativo. Como eu sou roteirista amador de quadrinhos, cinema e livros, jogar aquilo era contar minha história de fantasia com atores em tempo real. Afinal, RPG leva em conta a “interpretação” dos personagens em questão e faz você criar pequenas peças teatro em casa. Tem gente que se veste e tudo, interpreta de pé, mas quando termina a jogada, deixa o personagem de lado e só o levanta de novo na próxima roda de game.

Eu comecei jogando
D&D Terceira Edição (
Dangeons & Dragons), com sua ficha enorme onde deve ter até uma lacuna para você preencher com o tipo sanguineo. Achei meio burocrático na época, enfadonho até. Não dava pra dar um passo direito sem consultar a ficha e saber se eu podia mesmo dar aquele passo. Por sorte a pessoa que “mestrou” pra mim era um cara que jogava há anos e isso fez toda a diferença, pois ele burlou algumas regras pro “game” ficar mais ágil. Então tomei gosto pela coisa e comecei a chamar amigos próximos a minha casa para poder mestrar também, afinal, eu teria meu “filme em tempo real” e com “atores” atuando na minha frente. Quase gozo com isso. Mas eu não queria jogar D&D por aquelas questão que já falei acima e resolvi jogar
3D&T, uma plataforma mais simples e nacional. Estudei o manual e resolvi também alterar algumas regras, pra deixar o jogo mais fácil de jogar, pelo menos no desenvolver da história. Desenhei um mapa mundi do Universo que criei todo estiloso, como se fosse um pergaminho velho, sujo, com terras criadas por mim e regras e criaturas também inventadas por minha pessoa.

Com isso, cinco aventureiros, uma
elfa ladra, um
anão guerreiro, um
ranger, um
soldado e uma
maga rodaram um mundo repleto de guerras, magias escusas, desafios mortais entre terra e mar. O mais legal era a forma “humana” com que a coisa toda era conduzida. Os personagens nem sempre se envolviam em lutas e fugas, mas às vezes tinham que simplesmente participar de festas em pequenas cidades, se preocupar em arrumar água e comida, argumentar com suas passagens em fronteiras e dormir e descansar também. Acho que foi isso que fez a diferença nessa campanha. A simplicidade. Era uma “novela” com seus altos e baixos. O bom de ser o “Mestre” do jogo é que eu podia ser quem eu quisesse, afinal, eu comandava o mundo! Dos personagens à geografia. Dos mares aos céus. Criei muitos personagens que ficaram na memória dos jogadores. Cheguei a começar a contar as crônicas desses personagens numa idéia que daria um livro, mas acabei desistindo por falta de tempo e agora não faz mais muito sentido fazê-lo. Até porque, eu já não lembro com tanta clareza de cada partida.

RPG mata pessoas como mostra na TV? Uma pessoa que pensa uma merda dessas tem de ser muito retardado. O RPG mata tanto quando o cigarro e a bebida alcoólica. Houve um ou dois casos de morte ligada ao RPG de fato, mas é algo que chamo de probabilidade. São coisas que acontecem. Se for pra classificar isso, conheço gente que morreu jogando sinuca ou um simples baralho. Como? Confusão por conta do jogo e bebida, claro! Então, isso é idiotice. O RPG ele instiga o jogador e interpretar, a improvisar, a pensar rápido e ao mesmo diverte de forma saudável. Sinto falta de jogar, de narrar e criar e espero poder criar minha própria plataforma e voltar a jogar com amigos. Era bom pra porra!
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