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Detective Comics #01(resenha quadrinhos)

Eu não sei quem disse para a DC Comics que Tony Daniel era roteirista. Eu acompanhei um pequeno arco de HQs do Batman na série mensal dele editado pela republicadora Panini Comics algum tempo atrás por conta da série Batman & Robin de Grant Morrison que eu vinha acompanhando na revista e no Brasil o sistema de mix te possibilita ler HQs diversas de diversos autores. Sendo prático, posso dizer que Tony Daniel tem algum potencial, mas suas histórias são “metidas a fodinhas”. Muita bravata, tenta ser inteligente e instigante, mas o máximo que consegue é tapar buraco com alguns bons quadros. E só. Agora durante o “reboot” da DC Comics a editora deixou que Daniel continuasse no morcegão na revista Detective Comics com uma proposta mais arrojada, comandando o Batman meio que no começo de carreira, com uma parte da policia de Gotham a favor e outra contra. Uma oportunidade de ouro contar esse tipo de HQ do Batman, vide o que Frank Miller fez com o personagem em Batman- Ano Um.

Mas Daniel desperdiça essa premissa e faz um Batman do tipo “mais do mesmo”. Eu entendo que ele pensou que tentar emular aquele clima de Miller não seria uma boa, e tentou outra abordagem, mas ao contrário dos outros materiais que li desses The New 52, o Batman foi o único que parece não ter mudado muito, a não ser pelo uniforme (com algumas partes que mais lembram uma armadura) e pelo clima mediano de “Batman- Ameaça ou Solução”? e fica muito claro que intenção do autor é ser o mais “descolado possível”. Salvo memória, eu li em algum lugar que realmente o Batman não mudaria tanto assim, o que vai contra a nova proposta da editora.

A trama coloca o Batman caçando o Coringa em busca de solução para várias vitimas que tem aparecido na cidade sem o rosto. O problema é que o Morcego está sempre um passo atrás do palhaço maníaco. O policia também caça o Coringa e o Batman, mas fica bem explicito que o Comissário Gordon ainda é um “amigo” do Batman, mas que uma parte da força policial o quer preso. O detalhe bizarro vai para uma luta dentro do metrô entre o Batman e o Coringa nos vagões com pessoas dentro que do nada (do nada mesmo) o Coringa consegue escapar pulando do metrô suspenso e de repente, estão lutando em cima de um prédio!!! A cena é sinistra, com o Coringa se jogando num prédio com uma “Coringacorda” que sai do seu pulso e segue aí uma luta desastrada entre os dois. Depois disso nada muito interessante acontece, apenas o vilão indo pro Arkham e temos um desfecho até interessante, com o Coringa literalmente entregando o rosto! Não é uma revista ruim. Não é o fim do mundo. Mas com certeza ficou aquém do esperado. Tá num nível melhor que Liga da Justiça #01, mas inferior a Action Comics#01.

O traço do Daniel melhorou muito desde sua época em Spawn e até mesmo melhor que seus últimos trabalhos no Batman, mas ainda tem alguns erros gritantes. Tem uma cena, por exemplo, que a proporção entre o Comissário Gordon e o Batman está completamente errada e até quem não entende de arte vai sacar. Tá parecendo meus desenhos ruins. Hahaha! Mas em média geral o traço do Daniel está mais eficiente e tem bons momentos. No geral, das poucas que li até aqui, Detective Comics #01 acabou sendo meio decepcionante. Eu sou fã do Batman, e gosto do personagem, mas ele merecia um escritor mais criativo.

Primeira impressão quando olhei: Fraca.
Impressão depois de lida: Fraca.

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