Stormwatch #01

Liga da Justiça Internacional #01


Quem lê quadrinhos sabe que o Stormwatch era um supergrupo do universo Wildstorm de Jim Lee que era como se fosse uma Liga da Justiça mais enervada. O grupo servia de atuação em eventos globais e atuava sempre de forma mais enérgica. Dessa formação surgiu o sucesso Authority, que serviu de base para que outros grupos de heróis politicamente incorretos surgissem. Foi um período de desconfiança no mercado de quadrinhos de super-heróis, pois os supostos heróis agora estavam tão vilões quanto os próprios vilões. O fato é que com essa nova roupagem da DC Comics trouxe o grupo para seu universo o fincando como uma entidade que existia muito antes do próprio universo DC Comics se firmar. Esse novo Stormwatch tem como ponte o Caçador de Marte, que faz aí a liga entre os universos DC e Wildstorm para que aja um consenso conciso. A primeira edição escrita sempre pelo competente Paul Cornell parece resgatar a grandiloquência com o que era acostumado a lidar em seu universo anterior saindo de uma luta de rua para uma passagem rápida pela história do grupo até chegar em duas incógnitas com uma na Terra e uma na Lua paralelamente, e autor sabiamente mostrando que vem coisa grande aí e é nessa parte que ele não deve ser perder ou ficará uma história banal.
A trama coloca Jack Hawksmoor, Projecionista e o Caçador de Marte na cola do poderoso Apollo, que eles consideram “nível Superman” na Rússia, para entrar para a equipe, que relutantemente não parece gostar muito da ideia. Paralelo a isso Adão e Jenny Quantun estão no Himalaia investigando o surgimento de uma “corneta gigante”, enquanto isso o “Espadachim” parece ter problemas na Lua com um ser alienígena obscuro no Satélite natural. A trama no geral corre bem, sem se atropelar, deixando grandes ganchos para as próximas edições, que Cornell com certeza saberá usar bem. A arte de Miguel Sepulveda é eficiente no que se diz respeito a contar a história. Não é “descoladona”, mas é o tipo de arte certa para esse tipo de trabalho. Não vejo caras do “estilo Jim Lee” desenhando isso. É uma boa HQ, que não se atropela e respeita o tempo entre as ideias, quer dizer, não corre para tentar ser o que não: uma HQ típica de super-heróis, e isso fica claro quando Jack Hawksmoor diz a Apollo que não se vê usando “capa”. Não é um “Supremos” ou “Authority, mas pode rumar para esse caminho, mas duvido que tenha uma pegada tão nervosa quanto as mencionadas, afinal, o novo Stormwatch está dentro do Universo DC tradicional.
Primeira impressão quando olhei: Boa.
Impressão depois de lida: Abaixo do esperado.
Liga da Justiça Internacional #01

Primeiro é que você deve desvincular qualquer visão da Liga da Justiça Internacional criada por Keith Giffen, J.M. DeMatteis e Kevin Maguire. Essa nova formação da Liga Internacional se adequa a nova proposta da DC Comics que não está muito interessada no passado, mas sim no presente e no futuro. A HQ escrita pelo veterano Dan Jurgens, cocriador da famigerada saga da “Morte e Retorno do Superman” é uma HQ típica do autor: uma história de super-heróis na raiz da palavra sem muitas surpresas. Quem conhece o estilo do cara sabe do que estou falando e pode até torcer o nariz, mas a primeira edição de Liga da Justiça Internacional é melhor do que eu esperava, mas ainda muito abaixo das minhas expectativas. Jurgens é um roteirista mediano, faz trabalhos de linha comercial vide sua boa fase em Thor e uma fase regular em Homem-Aranha na época do Clone. Mas o maior defeito dessa HQ é se parecer muito com Liga da Justiça que ele mesmo comandou antes da Morte do Superman assim que a Liga da Justiça Internacional foi cancelada pela DC. Infelizmente não muda muita coisa. Quem acompanhou a fase do Jurgens nessa etapa da carreira dele, não verá muita diferença entre uma Liga e a outra, com exceção da proposta. Nesta versão, assim como na anterior, a Liga está montando uma sede, recrutando heróis e em busca de missões para agradar a ONU.
Praticamente igual a Liga que ele mesmo comandou entre 1991 e 1992. A trama coloca o personagem André Briggs convencendo alguns lideres mundiais a aprovarem uma Liga da Justiça Internacional sobre a visão das Nações Unidas e que pudesse ser controlada por eles. Como a Liga da Justiça já existe, André chama por heróis de “segundo escalão” visando ganhos políticos em alguns países. Com a sessão fechada, ele consegue a aprovação, consegue um prédio para as operações e convoca vários heróis, e entre eles está o Gladiador Dourado, que fica como líder (!) do grupo. Eis aqui um claro nepotismo do roteirista, que também é o criador do personagem, que o deixa em evidencia o tempo todo que chega a ficar meio chato. Com isso o Batman aparece do nada para dar uma “forcinha” no começo e na primeira missão do grupo: investigar o sumiço de um grupo de cientistas nas florestas peruanas. Os diálogos são meio fracos, o traço de Aaron Lopresti está na ordem. É um desenhista que começa sempre bem seus trampos, mas com algumas edições depois parece cansar e cai muito de produtividade, mas nessa edição está num bom patamar. Não é uma HQ que prenda muito, mas é uma boa história e serve pra entreter sem pensar muito. Em dado momento parece que Jurgens quer “emular” um Authority de forma muito sutil, mas pode ter sido apenas impressão minha. Um título abaixo da média e sem muito brilho.
Primeira impressão quando olhei: Fraca.
Impressão depois de lida: Fraca.
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