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Super 8 (resenha cinema)

Já era pra eu ter feito a resenha de Super 8 faz tempo, mas tive preguiça. Bom, o fato é que assisti de novo (sim, verdade) e isso só reforça o que eu já tinha notado há muito tempo- e não apenas eu: Hollywood assumiu de certa forma que não sabe mais o que inventar. Calma aos fãs de Super 8. O filme é sensacional! Eu adorei! Tanto que assisti duas vezes. Quando digo que Hollywood “não sabe mais o que inventar”, quero dizer que mais do que nunca aquele mundo está buscando se apoiar em remakes ou reinventado uma década que fora muito generosa com o gênero: os anos de 1980. Super 8 bebe nessa fonte do começo ao fim, tanto que sua história se passa nesse mesmo período. Uma verdadeira ode ao fã de cinema daquela época e coloca os novos cinéfilios que cresceram comendo o “McDonalds” dos cinemas do Século 21 com coisas como Harry Potter e Crepúsculo, que existia muito mais magia naquele período do que hoje em todos os sentidos. Super 8 é uma resposta bem dada aos filmes marqueteiros picaretas de hoje em dia pois não se preocupa em fazer modinha e sim em contar uma história simples sobre garotos, sonhos, aventura e um pouco de suspense, ficção e drama (tudo bem diluído, isso deve ser frisado).
Fiquei feliz com esse filme, pois ele conseguiu me transportar para um período há muito esquecido, e que ao mesmo tempo parece estar tão presente nos dias de hoje, até mais do que nunca. A trama coloca um grupo de garotos que estavam filmando um filme de zumbis com sua Super 8 quando algo extraordinário acontece e os coloca num evento que está acima de suas expectativas. Não quero falar muito para não estragar “o gostinho” de quem ainda não assistiu, mas é uma trama gostosa de se assistir. Suas duas horas de duração passam muito rápido, logo vemos exército, garotos de bicicleta, uma criatura circunstancial causando tumulto entre uma população pequena de uma cidade pequena estadunidense. Mas nada disso seria interessante se os personagens não fossem muito bem construídos, até os menores. As motivações, a forma quase inocente como que se tratam e a dependência de aprovação por parte de terceiros torna a película uma pequena jóia desse novo cinema megalomaníaco doido por explosões, action figures, vídeo games e outras parafernálias que gerem mais dividendos.
J.J. Abrams, o cocriador de Lost e diretor de Missão: Impossível 3 entrega um filme apaixonado pelo cinema fantástico de 1980, até mesmo com pequenos exageros físicos exacerbados como a batida de uma caminhonete com um trem e um descarrilamento exageradamente impossível de acontecer naquelas condições. Acreditem: vira uma zona de guerra das mais belas de se ver, mas também uma das mais mentirosas que já vi com a grama explodindo do nada! Mas isso é um detalhe tão ínfimo que eu teria que ser muito nerd “ Perfect” para ficar me encanando com essas coisas. O importante aqui é que o enredo é bem amarrado em se tratando do que o filme se propõe. Não é um filme pensante, não é uma ficção “super descolada”. Não. É um filme sobre garotos mesmo que estiveram no olho de um evento que só existiria em sonhos, quadrinhos e naquele romance íntimo que todo garoto tem de salvar a “namoradinha” amada. Pelo menos nos anos 80 era assim. Hoje os guris já são pais, fumam maconha e dirigem bêbados por aí. É por isso que Super 8 tem essa importância: do resgate de uma época inocente. Nisso os créditos também se devem a Steven Spielberg, que praticamente criou esse filão, se não dirigindo, produzindo. Minha mulher até reparou isso, de como tudo era tão mais simples, tão menos complicado e muito mais saudável e e ela nem viveu tanto assim ali quanto eu naquela década. O mundo dos garotos de hoje esbarra numa sociedade afobada, sem tempo e sem cuidado. Só quem viveu aquele período sabe exatamente do que estou falando. O resto é resto. Super 8 resgata isso e deve ser assistido com pais e filhos. Vale e muito a conferida.

Super 8 (2011)

Direção e roteiro:
J.J. Abrams

Elenco:
Joel Courtney, Elle Fanning, Kyle Chandler, Riley Griffiths, Ryan Lee, Joel McKinnon Miller, Noah Emmerich, Glynn Turman

Comentários

assisti tbm, logo quando saiu, e achei o filme um mais ou menos. pra mim foi como misturar os goonies com uma versão de E.T agressive. o filme ñ é ruim, mas tbm não é espetacular pela expectativa que foi colocada nele. acho que esse foi o erro da equipe de divulgação da película, eles poderiam ter sido menos misteriosos e ter focado mais os trailers no resgate dessa magia dos anos 80 e ter colocado a criatura mais como um background para a história (igual como fizeram com o slot, mas q no final conseguiu roubar a cena). pelo menos é assim que eu vejo um trailer para esse filme na minha opinião de merda. dou nota 7,5 para o S8.
P.S.: o filme que rola no final dos créditos é infinitamente mais divertido que o próprio S8 como um todo
EdPontes disse…
Também num gostei do "mercham" que fizeram em cima do filme, tanto que num acompanhei quase nada sobre ele pelos sites. Cheguei no filme praticamente pelado de informações, e com certeza isso deve ter me "salvado" das expectativas mais enervadas. No meio de tantos Transformers, Harry Potters e Crepúsculos da vida, pra mim Super 8 ainda se saiu mais íntegro pelo menos.

Abração, grande.
Brigadão pelo comparecimento.
Hehe