
Mais resenhas sobre algumas HQs da linha The New 52 da DC Comics. De tudo que li até agora (e algumas que dei apenas uma olhada), dá pra dizer que mais 60% das revistas são ou desnecessárias ou que vão ser cancelas bem rápido. Seguei abaixo então resenhas rápidas sobre Batman & Robin #01, Lanternas Vermelhos #01, Homens de Guerra #01 e Batman #01:
Batman & Robin #01

HQ escrita por Peter J. Tomasi e desenhos do competente Patrick Gleason. Eu vinha acompanhando em bancas a série Batman & Robin escrita por Grant Morrison e o cara é genial. Pode falar o que quiser, argumentar o que quiser, pode até somar 1+1 que estou equivocado, mas Grant Morrison quando quer ser genial, o cara é. Tomasi não é nenhum Morrison, por isso eu não fui atrás de ler essa versão The New 52 com muitas expectativas, mas o bom de não se esperar nada é que às vezes você se surpreende. Tomasi é um roteirista mediano, meio burocrático às vezes, mas conseguiu construir um clima bom nessa nova série mostrando que um punhado de bons diálogos e ação na medida certa fazem a diferença. A arte de Gleason, que pra mim lembra muito Doug Mahnke no começo de carreira, é um ponto positivo a mais. O cara tem um traço muito legal, sabe usar bem as hachuras e tem domínio certo de luz e sombra. Tudo isso alinhado a uma boa ideia, e Batman & Robin continua sendo uma das minhas HQs preferidas. Se antes tínhamos Dick Grayson e Damian Wayne, agora vemos que Bruce precisa conhecer mais seu filho e o garoto ainda continua com o temperamento forte. No caso desse título, parece que o reboot não aconteceu, mas como em time que se ganha, não se meche, saiu no lucro.
Primeira impressão quando olhei: Boa.
Impressão depois de lida: Muito boa.
Lanternas Vermelho #01

Peter Milligan e Ed Benes comandam essa edição. Vou começando a falar de Milligan. Um roteirista que eu gostava, fez um trabalho muito bom em X-Force, mas depois disso, num fez mais porra nenhuma que prestasse. Virou um porralouca. Não sei o que aconteceu com esse cara. Uma das revistas mais sem noção é essa Lanternas Vermelhos. Não acontece nada, porra nenhuma de relevante nela. Muito nhé-nhé-nhé, com textos manjados, bravatas de macho, com alguma carnificina. Nada nessa revista funciona. Uma que merece dançar rapidinho se não der uma melhorada significativa. O traço de Ed Benes (que é um excelente artista) está muito irregular, perdendo muito da originalidade. Boa parte disso se deve aos “desenhistas fantasmas” dele. Pra quem não sabe ele tem um estúdio com desenhistas fantasmas para fazer uma parte de seu trabalho e isso fica muito evidente nas páginas de Lanternas Vermelhos, com uma irregularidade muito grande no traçado caindo bastante de qualidade de quadro para o outro. Uma pena. Lanternas Vermelhos é uma revista que não tem propósito de existir.
Primeira impressão quando olhei: Fraca.
Impressão depois de lida: Muito Fraca.
Homens de Guerra #01

Se Lanternas Vermelhos é sem propósito de existir, Homens de Guerra nem deveria ter sido concebida. A ideia aqui da DC é renova seus títulos de “guerra” e mostrar uma nova realidade para esse tipo de revista em quadrinhos. Mas errou feito, cara. Que revistinha mixuruca! Se essa porcaria esgotou nas lojas estadunidenses de quadrinhos só consigo ver dois motivos: ou a DC imprimiu pouco, ou o povo de lá tá especulando para vender mais tarde mais caro- mas acho que alguém vai quebrar a cara, porque nem se me pagasse pra ter isso eu não queria. O texto de Ivan Brandon lembra aqueles filmes tapa buracos de guerra que a Globo numa Tela Quente futreca. Lembra os filmes de atores decadentes, pronto. Essa analogia saiu melhor. Uma revista simplesmente ruim e deve rodar. A arte de Tom Derenick é fraca. Sempre foi, mas pelo menos dá “visão” ao parco texto de Brandon. Um completa o outro. Nada se salva aqui. A revista ainda tem uma HQ curta de guerra que nem consegui ler toda de tão podre escrita por Jonathan Vankin e arte do até bom Phil Winslade. Muito manjado, cheio de frases do tipo “HARRAY” no sentido de texto padrão. Lembra o que falei sobre filmes de guerra com atores decadentes? Aqui se aplica elevadamente. Lixo.
Primeira impressão quando olhei: Ruim.
Impressão depois de lida: Muito ruim.
Batman #01

Scott Snyder fez um grande trabalho em Monstro do Pântano dessa nova safra, e aqui pode não ter repetido a genialidade de seu título anterior, mas deu ao Batman uma boa HQ sim. A história mostra um Batman mais jovem, mas já com bagagem, o que faz com o reboot seja meio hipócrita aqui, afinal, para o Homem Morcego seu maior feito foi ter tirado rugas e anos de suas costas, pois praticamente toda a cronologia daquele universo está o mesmo. Batman convive com seu filho Damian (atual Robin) e seus dois ex-discipulos Dick Grayson (Asa Noturna) e Tim Drake (Red Robin). Tem uma cena que mostra todos esse pessoal junto e- oh, céus- o Bruce parece um pedófilo perto dessa gurizada. Um galalau daquele em volta a crianças. Uhhh! Claro que isso é um pensamento preconceituoso, mas que muita gente o terá ao ler isso. Talvez não, enfim. Snyder mostra um Bruce Wayne mais engajado em levantar Gotham City ao mesmo tempo que combate o crime na cidade. O Batman parece menos soturno e mais clássico, como o personagem era no começo de sua criação, um pouco mais sociável. Em sua é uma boa HQ e promete aventuras mais enérgicas deixando de lado esse negócio dramático de “Cavaleiro das Trevas”, o que pra mim é genial. É mais ou menos o que Grant Morrison fez com o personagem quando assumiu o titulo dele. Mas pra mim a grande cereja é a volta de Greg Capullo e seu eclético traço. Ele já vinha fazendo algumas coisas para Todd McFarlane como The Hunt e Spawn, mas em Batman ele traça uma arte leve e gostosa de se ver. Uma aperitivo a parte.
Primeira impressão quando olhei: Boa.
Impressão depois de lida: Boa.
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