
De vez enquanto a gente tem que se curvar para a patroa, afirmo eu. Dito isto, posso dizer que Missão Madrinha de Casamento poderia ser resumido muito rapidamente assim: Pegue o Virgem de 40 Anos, tire o "macharau" punheteiro e coloque saias, calcinhas e “coisas de mulher”. Pronto. A resenha de Missão Madrinha de Casamento está feita. E é bem por aí mesmo. O filme de Paul Feig e produzido por Judd Apatow é conjunto de gags e situações inversas ao que os homens enxergam como “masculinos até o talo”, quer dizer que é um filme do Clube da Luluzinha, mas com palavrões, caganeiras e baseados. Não querendo parecer machista, mas quando as personagens começam a falar, você percebe nitidamente que aquilo não fora escrito por um homem, pois a mensagem fica claro logo nos primeiros 10 minutos de projeção: o homem não entende nada de mulher e esse filme pode até ensinar a eles como tratar o sexo oposto. Mas não pense que todos esses aparentes pontos negativos são ruins. Aqui eles funcionam como têm de funcionar e é o de fazer valer seu ingresso. E pode apostar que é divertido.

A primeira coisa que você tem que ter em mente é que essa nova safra de filmes de comédia como Se Beber não Case, Quero Matar meu Chefe, Trovão Tropical e que veio no rastro justamente do sucessos como Quem Vai Ficar com Mary? E Virgem de 40 Anos, que não são filmes do tipo besteirol com gente topando o tempo todo, cenas de pau em garrafas de cerveja, peidos gratuitos ou sexo desastrado. É um humor mais intuitivo que merece do seu expectador muita atenção para não perder o tempo da piada, ou você poderá rir na hora errada. Nada contra os filmes tipo “American Pie”, que são divertidos no que se propõe, mas um humor mais contextual também é bom e Missão Madrinha de Casamento tem tudo isso. Na trama temos Annie (Kristen Wiig) que é amiga de infância de Lílian (Maya Rudolph), que irá se casar. Annie é amargurada, é usada sexualmente por um “ficante” e seu negócio de “bolinhos” foi pro brejo por conta de problemas recessivos. Só restava a ela paparicar a melhor amiga, mas uma nuvem surgem em formas magras, ricas e bem relacionadas na amizade de Helen (Rose Byrne) que também é amiga de Lílian, o que causa uma guerra fria para saber quem é a “mais amiga de todas”. O detalhe é que Annie é dura de grana e meio grosseirona, enquanto Helen caga dinheiro e é muito bem relacionada, e pronta para organizar o casamento da melhor amiga.

Esse é o ponto “X” para situações adversas dentro da fita do filme que tem mais de duas horas de projeção. Mas nada aqui é exagerado ou fora do tom, pois o longa se conta muito fácil, ele transcorre sem se atropelar, o que é bom para um filme tão longo de comédia. E é isso que faz a diferença aqui, porque saber contar uma história por mais boba que seja independente do gênero faz toda a diferença no final. Tem ótimas cenas de humor, Wiig é uma comediante de mão cheia e ele monopoliza praticamente o filme todo, deixando as outras personagens apenas completando suas tiradas engraçadas. E o bom é que não foi preciso nenhuma “novinha” para se fazer rir. O filme é com um elenco de idade fora das que os marmanjos fãs de American Pie gostam de ver. Não espere prostitutas com os peitos de fora dançando um mambo e dando uma apelada. É um filme de humor na raiz da palavra. Não é o melhor do mundo, mas diverte até o fim.
Direção:
Paul Feig
Roteiro:
Kristen Wiig, Annie Mumolo
Elenco:
Kristen Wiig, Maya Rudolph, Rose Byrne, Melissa McCarthy, Chris O'Dowd, Jon Hamm
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