A primeira revista em quadrinhos de super-heróis que tive foi a Superpowers #10 da Editora Abril lançado em agosto de 1988. Eu tinha 11 anos nessa época e fiz muita cara feia para que minha progenitora pudesse comprar aquela edição. Lembro que eu tinha ido cortar o cabelo longe de casa e na volta eu vi essa edição que custava uma graninha na época (Cz$ 160,00 que eu não sei quanto daria em Reais hoje) e era dureza pra gente ter esse tipo de “luxo”. De qualquer forma, acabei trazendo a bendita edição que vinha com o roteiro de “Num Tava Nem Aí” e arte de “Nem Lembro Quem Era”, digo isso porque naquela época eu não ligava pra quem fazia o quê. Eu só queria ler e eu nunca havia lido um quadrinho de personagens de quadrinhos de heróis. Eu só os conhecia da TV. Foi estranho não ver os personagens como eu lembrava dos seriados e desenhos animados. A edição era na verdade a edição #400 de Batman com texto de Doug Moench e arte de uma pancada de gente como George Pérez, Joe Kubert, Brian Bolland, Bill Sienkiewiz, Arthur Adams, entre outros. Mas pra mim era apenas desenhos num papel. Eu não conseguia associar bem isso, pois minhas únicas leituras eram Turma da Mônica, Cebolinha, Os Trapalhões, e esses gibis nunca faziam questão de mencionar seus criadores.
Lembro de folhear a edição com certa surpresa, pois os desenhos eram fortes, diferentes, e o enredo que não lembro aqui, era cinematográfico-só sei que num era nada do que eu esperava. Hoje sei que se tratava de uma HQ em que Ras Al Ghul coloca todo o Arkham contra o Batman. Devia ter sido uma boa HQ... que ao emprestar ao meus primos se perdeu em capa rasgada, páginas soltas, largada em algum sofá ou comida pelo cachorro. É a única revista de quadrinhos de heróis que perdi dessa maneira. Infelizmente não tenho mais essa edição, obviamente, e só lembrei dela porque pesquisando na Internet eu me deparei com essa capa acima e me lembrei imediatamente dessa edição. Anos mais tarde eu ainda compraria algumas edições soltas do Super-Homem (como se chamava na época) e Homem-Aranha, sempre esporadicamente, e só em 1994 foi que comecei a ler e colecionar quadrinhos e a me tornar o fã que sou da Nona Arte hoje. E só para reparar o que meus primos fizeram como minha edição, eu herdei deles uma pilha de quase um metro de revistas do Conan da Abril na época. Hehehe! Eu ainda as tenho.
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